quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

12 semanas

Está tudo bem por ali. Fizemos a translucência nucal e tudo está como deveria estar. Não sabemos se é menino ou menina, mas isso não é tão importante ainda, o fundamental é que nosso pequeno embrião está se desenvolvendo bem, crescendo, se movimentando, com batimentos acelerados e parâmetros e medidas corretas.

Lembro quando fizemos esse exame pela primeira vez e descobrimos que Teresa seria uma menina. Lembro da tensão em ver o osso nasal, a membrana, o fêmur, etc. Lembro também que foi a primeira vez que vimos Teresa como um bebê. Ela tinha deixado de ser o girino das outras ultras para se tornar o nosso bebê.

Bom, posso garantir que o nervosismo foi bem parecido. Que olhos de pai e mãe se direcionaram para o nariz do nosso pequeno filho e que o suspiro de felicidade ao ouvir que tudo estava bem foi tão profundo quanto da primeira vez.

Também foi tão emocionante ver esse pequeno bebê por completo, em 3D, que assim com o a irmã, parece ter o costume de ficar com a mão na frente do rosto. Em 38 semanas e 5 dias, não vimos o rosto da Teresa no 3D, nenhuma vez. Ela sempre estava com as mãos na frente. Lembro de ver as ultras antes das nossas ainda na tela do médico e os rostos de todos os outros bebês. Teresa, nada!

Pelo jeito, vamos embarcar nessa de novo. Nada de rosto até o fim da gestação. Bom, se for como na primeira vez, que tudo se repita e que, no fim dessa viagem, a gente recebe o mesmo presente que recebemos há quase dois anos.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Com um filho:

- Escolho um artigo da Pauí para ler.
Sem filho, lia toda a revista.
- Consigo, no máximo, ler um livro por mês, principalmente na sala de espera do dentista ou do médico.
Sem filho, eram vários em qualquer lugar.
Sair de casa é uma grande aventura, sempre leva mais de uma hora e nunca com menos de duas bolsas cheias de brinquedos, comida, água, leite, frutas, fraldas, mudas de roupas, etc.
Sem filho, era pegar a carteira e sair, isso quando não saia sem ela.
- Vejo no máximo um seriado de 1h em 3 partes e durmo em todas elas.
Sem filho, cinema pelo menos 3 vezes por semana.
- O último filme do Oscar que vi foi em 2013.
Sem filho, via tudo antes da premiação.
- Comer fora é uma grande aventura, aprendi a comer com uma mão.
Sem filho, era uma delícia conhecer vários restaurantes em jantarzinhos românticos.
- Todo espaço da casa tem um brinquedo pelo chão.
Sem filho, tropeçava de bêbado algumas noites.
- Fraldas tomam cada centímetro da parte de cima do armário.
Sem filho, eram DVDs e CDs que se acumulavam.
- Acordo pelo menos uma vez por noite para preparar uma mamadeira.
Antes, acordava só lá pelo meio-dia.

O que vem por ai?


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Comentário posterior, feito pela mãe, em complemento ao post do pai:

Faltou dizer aí em cima que, com filho, temos a garantia de dar vários sorrisos por dia. Todos os dias. :-)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

10 semanas e nomes

Chegamos a ¼ do caminho. Passou mais rápido que da primeira vez. Com certeza é porque nosso tempo livre está bem menor. Por enquanto, a barriga já mudou, a mãe enjoa e sente mais sono que o normal – só que a pequena Teresa não está nem aí para isso.

E entre pinturas e tentativas – algumas frustradas – de portas e chão sem rabiscos, começamos a conversar sobre nomes. Davi e Francisco continuam na lista de meninos, que não apresentou nada muito diferente. Aldo pintou, mas nada com muita força. Vamos ver o que vem por aqui.

Já menina, Beatrice vai perdendo força. Ontem, apareceu o nome de Carmem. Gostamos. Achamos que combina com Teresa.  É forte, antigo, bem do jeito que os pais gostam.

Pesquisando pela rede, descobri que significa “pensamento do espírito divino”, “canto”, “poema” ou “influência oculta e mágica”. Carmem tem origem na onomatopeia antiga Ja-er-men, que quer dizer “luz, inspiração” e posteriormente foi atribuído o significado de “pensamento do espírito divino” e tem o mesmo significado de Carmenta, nome da ninfa das águas romana, conhecida como profetisa da Arcádia e amada de Mercúrio que pressentia em forma de versos. Por isso, Carmena e Carmenta podem significar “aquela que profetiza em forma de versos”.

Algumas fontes relacionam a origem do nome Carmem a carmen, uma palavra antiga vinda do latim que é aplicada a tudo aquilo que é manifestado em ritmo e pode ser vista com o significado de “canto, canção ou poema”. Ela tem a mesma raiz da palavra "charme" e o termo também estava associado às encantações mágicas e também quer dizer “influência oculta e mágica”.

Já que pesquisei Carmem, também fui atrás de Teresa e descobri que Teresa é um nome de origem obscura, que possivelmente surgiu através do grego Therasia, que significa “natural de Tera”, onde Tera é o nome de uma ilha grega antiga que deriva do grego ther, que quer dizer “animal selvagem”. Ainda há autores que defendem que Teresa deriva do grego therizo, que quer dizer “colher” ou ainda de theros, que significa “verão”.

Sendo sincero, o significado não vai ter influência. Ainda temos tempo para saber se nosso embrião realmente vai virar Davi, Francisco, Carmem ou Beatrice. Como disse aí em cima, chegamos só a ¼ do caminho, mas se for como da primeira vez, quando escolhemos Teresa bem  no começo da gestação, daqui 30 semanas, quando descobrimos o sexo, devemos uma nova Carmem na família. 

E a aventura começa novamente

Definitivamente o dom da palavra é do pai. Eu, a mãe, me encanto lendo por aqui o que ele escreve. Enquanto a minha barriga cresce aos pouquinhos, me sinto privilegiada em acompanhar a "gestação" desse blog.

A nossa primeira viagem de 40 semanas (ou 38 semanas e 5 dias inesquecíveis), que terminou há quase um ano e meio, foi só o começo de uma viagem beeeem maior. Pouco depois que a Teresa nasceu, eu escrevi um texto sobre o dia do parto, momento tão especial e marcante. Não cheguei a postá-lo aqui, mas está entre as minhas "promessas-de-ano-novo" fazê-lo assim que o computador estiver consertado.

Essa nova gravidez bate de um jeito diferente, sem tanto tempo para contemplações e pensamentos elaborados, mas muito querida. A vida se apressa, a gente se divide entre as tarefas que preenchem o dia e, na hora de dormir, o sono me vence antes mesmo de conseguir abrir um livro pra ler dois parágrafos.

O pensamento que me consome em torno da gravidez diz respeito a um desejo profundo de que dê tudo certo, exatamente como foi da primeira vez. Que não nos falte saúde, que não aconteçam intercorrências e que o parto - o "grand-finale" desta etapa "indoor" - seja igualmente tranquilo, calmo e emocionante como foi a chegada da Teresa. Segundo a obstetra que novamente nos acompanha, em geral os segundos partos são mais fáceis e rápidos. Tenho que tomar cuidado, portanto, pra não parir no carro, a caminho da maternidade!

Se o tema "parto" já me encantava durante a outra gravidez, agora tenho me dedicado a ler ainda mais sobre o assunto. Outro dia, conversando com uma amiga, ela estranhou meu interesse, argumentado que eu "já sabia tudo o que ia acontecer". De fato há um certo grau de segurança em não ser mais principiante. Desta vez, tenho certeza, por exemplo, de que saberei identificar as contrações, mas confesso que não há menos tensão envolvida.

A plena confiança na médica também me tranquiliza e me faz desejar o repeteco de um parto normal hospitalar. Essa história de ter filho na banheira de casa é muito bonita e até poética, mas eu não banco. Respeito as escolhas de todo mundo, afinal, nada mais pessoal do que a própria pessoa decidir como quer ter seu filho. Mas torço para que todas possam fazer essa opção a partir de muita informação recebida.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

9 semanas

A barriga chegou depois de uma semana em que a mãe viajou e já está aparecendo. Ontem, foram 9 semanas. Ainda continuo sem receber os boletins do Babycenter, que me acompanhavam na primeira gestação, mas sei que, aos poucos, o girino vai virando gente e quando nos encontrarmos na ultra de 12 semanas, vamos nos ver completos e perfeitos.

Estou quase aceitando a sugestão da mãe de não saber o sexo até o nascimento. Acho que nesse meio tempo, vai acontecer da gente saber com as ultras, mas até lá, devo me render a esse sentimento hippie anos 60. Só não embarco na justificativa que antigamente era assim. Antigamente as pessoas morriam porque não tinha penicilina. Progresso não é sinônimo de coisa ruim.

Quero muito saber se vai ser menino ou menina, mas não tem como não aceitar esse pedido. Agora é torcer para a incerteza não me consumir e levar isso na boa. Ou até a ultra com o Burla. 

Nomes

Ainda não sentamos para conversar sobre isso. Na primeira vez, conversamos muito a respeito. Agora, não falamos tanto e ainda tem o desejo da mãe em só saber o sexo no momento do nascimento. Mas alguns nomes surgem na lista.

Teresa sempre foi Teresa, desde o primeiro momento. Agora, se for menina, Beatriz aparece como um nome forte. Seria o grande favorito, já que era uma opção para a primeira gestação, mas esse pai não descarta Maria e ainda pensa em outras opções. Quem sabe, essa pequena não tenha um outro nome não pensado. Bernarda, Carmem, ou coisas como Carlene?

Da primeira vez, as opções de meninos eram Francisco e Davi. Esses nomes ainda continuam fortes. Pensei também em Carmo, Bento ou Eugene (brincadeira). Ainda preciso saber das opções da mãe. Vamos ver, se com a sua volta nos focamos mais nesses detalhes e fechamos duas opções para nos acompanhar nessas 32 semanas que nos faltam. 

Comparações

São duas viagens diferentes, mas comparações são inevitáveis. O que percebo – nessa segunda viagem – é que, além da falta de tempo livre para grandes divagações, minhas preocupações mudaram muito.

Antes tinha medo de não ser capaz de educar um novo ser humano. Hoje, ainda tenho medo do resultado final desse caminho, mas percebo que vou aprendendo dia a dia, momento a momento, e que tateando nessa jornada, vou vendo sinais que me dão a certeza de que estou acertando mais que errando – pelo menos, acho.

Nessa jornada, minha principal preocupação é dar à mãe o sossego necessário para curtir essa nova gestação. Com uma criança de 1 ano e quatro meses, isso é uma tarefa complicada, mas quero me empenhar ainda mais nisso, para mãe ter tranquilidade e para que nossa filha não se sinta abandonada. Nessa equação, tentaremos – eu e a mãe – mostrar à Teresa que um novo irmão ou irmã será uma coisa legal e muito bem-vinda. Esse é outro grande desafio. Não vejo a hora da barriga crescer, para a pequena Teresa também perceber que uma grande mudança vem aí.

Se os momentos de contemplação são menores, eles se tornam mais intensos. Serão menos horas jogados no sofá, apenas curtindo o momento e imaginando o que está acontecendo lá dentro. Esses momentos serão substituídos por brincadeiras, pinturas, leituras, brinquedos espalhados pelo chão, mamadeiras, banhos e mais uma porção de tarefas deliciosas que aprendemos a realizar a três. 

Aquela pequena bolsa preta

Guarda o meu novo zigoto. Nos conhecemos nessa segunda. Vimos suas medições, ouvimos seu coração, verificamos que tudo estava bem e nos apaixonamos mais uma vez, pela primeira vez, de uma maneira diferentemente nova.

Meu zigoto cresce em seu pequeno saco, que usará para se alimentar. Nos próximos 9 meses, nos veremos outras vezes, mas todas com a mesma emoção. Daqui a 6 semanas, ele não será mais um zigoto e estará lá, formado, por inteiro. Depois, com o crescimento, essa visão não será mais possível e nos veremos mais exprimidos, em 2 e 3D.

Em todos esses encontros, ouviremos o som de seu coração e nos encheremos de emoção e lágrimas do mais lindo som que ele pode produzir. Choraremos com seu crescimento, com suas transformações, com seus movimentos. Esperaremos tensos a hora de parto. Esperaremos, esperaremos, esperaremos. 

Mudança

Ainda estou vivendo o turbilhão das mudanças de dois anos atrás. Não tem como, muita coisa mudou. Tolo ou insensível aquele que acha que não vai mudar. Desde 29 de agosto de 2013, minha vida mudou demais. Já vinha mudando antes, mas nada comparada à velocidade de depois desse dia.

Mudou e eu aprendi muita coisa a cada dia. Aprendi a ser menos eu e mais nós, a não ter mais noites inteiras de sono, a me encantar pelas gigantescas-pequenas conquistas, aprendi a sorrir de um jeito diferente, aprendi a entender melhor meus pais, minha vida e principalmente aprendi o amor incondicional.

Agora, no meio desse aprendizado louco, vou ter que aprender mais. Aprender a aprender de novo tudo que aprendi e aprender muitas coisas novas, em dobro, com muito mais velocidade e muito mais felicidade.

Afinal, quem vem me ensinado vai continuar nessa tarefa de transformar meu mundo e ainda vem mais um aí para me ensinar outras coisas mágicas, novas e surpreendentes.

Espero que alguns atalhos dessa caminhada que conheci sirvam para ajudar nesse aprendizado, tenho certeza de que a companhia para essa nova etapa vai continuar de mão dada, explicando o que eu não entendi, me ajudando nesse caminho, lado a lado, passo a passo e no meio desse aparente caos duplicado.

No fim, só espero continuar sendo presenteado com sorrisos lindos e sinceros de felicidade todos os dias. 

Teresa está sentindo

Tenho certeza disso. Há duas semanas, Teresa grudou na mãe como nunca. Ela nunca foi de manha, mas agora está agarrada à mãe de uma maneira impressionante.

Como ela percebeu que algo está mudando, eu não sei. Não sei se mudou o cheiro da mãe, ou a cor da aura, só sei que quase ao mesmo tempo em que a mãe começou a suspeitar que estava grávida de novo, nossa pequena menina mudou de relacionamento com seus pais.

Agora, ela não está nem ai para mim, tudo é a mamãe. São horas e horas de mamãe ditas com voz de choro, de colo e de vontade de estar grudada. A dúvida é se vai durar as próximas 34 semanas. Se for, tenho pena da minha barriguda.

Ela não quer saber o sexo

A mãe quer ficar na expectativa até o fim. Não saber se é menino ou menina. Será que consigo? 

Ainda não comprei essa ideia. A coisa já está na base da chantagem mais baixa – ainda não chegou à greve de sexo, mas está próximo. Não sei se vou conseguir passar as próximas 34 semanas chamando o bebê de bebê. Gostei tanto de conversar com Teresa a chamando pelo nome. Não sei se vou conseguir voltar ao início dos anos 80 e descobrir na hora do parto. Não foi uma boa época para mim, não quero revivê-la.

Eu sei que antigamente era assim, mas antigamente as pessoas morriam porque a penicilina não existia. O progresso não é necessariamente ruim, então essa argumentação não me convence. Assim como a argumentação da emoção da hora do parto. Sei lá, já tive bastante emoção quando a Teresa nasceu – sabendo que era uma menina –, não sei se esse fator vai tornar a coisa mais emocionante, e se tornar, não sei se esse velho pai vai aguentar.

Bom, tenho mais umas 6 semanas para decidir se embarco nessa viagem ou não. Enquanto isso, curto meu pequeno bebê torcendo pelo seu desenvolvimento.

Suspeita 2

Dessa vez não teve sabonete caindo, nem São Silvestre. Dessa vez, a incerteza nasceu em casa, enquanto nos arrumávamos para um aniversário. O teste foi comprado na Urca, com a Baía de Guanabara como testemunha. Só tinha de um tipo – continuo achando que dia 02 ou 03 de janeiro é o Dia Internacional do Teste de Gravidez. Dois testes, em dois dias e, nos dois, duas listras. No exame de sangue, não os 7353, mas um contundente 2175, que apareceu na tela do iPad mostrando que mais uma vez estávamos grávidos.

Quem disse que você se prepara para uma notícia dessas? Mais uma vez, isso transformou minha vida, me fez pensar em milhões de coisas e me pensar. Já sabia o quanto muda, mas e agora? O sorriso bobo continua na cara, a concentração que foi para o espaço, tudo tão próximo da primeira vez, tão inédito quanto há 2 anos.

A grade diferença é que dessa vez, comemoramos não mais a 2, mas a 3. Essa vez, comemoramos como uma família e isso foi ainda mais especial. Teresa já fala que tem um neném na barriga da mamãe – embora não saiba o que é isso – e isso é demais.

Que venha com saúde, por amor não vai faltar.

É incrível como dois traços, um número, algo menor que uma semente de papoula pode te transformar tanto. Há 5 dias sou um cara diferente. Há cinco dias sou um cara completo. Que agora lê boletins sobre gravidez, que fica imaginando como vai ser na hora. Como vão ser os próximos meses? Se vou ser capaz de ser tão bom pai quanto meus pais foram? Dúvidas, medos, incertezas e uma mega felicidade. Uma realização única. Seja bem-vindo, meu filho! 

Crescemos

De um dia para o outro, logo depois de nos tornamos mais responsáveis, que assumimos compromisso de adultos. Crescemos e vimos nossa família crescer.

Isso nos deu medo, ainda não digerimos bem, ainda estamos meio impactados com a notícia. Seremos 4. Nossa menina ganha um irmão, nossa família ganha mais um membro e nós ganhamos mais incertezas, mas expectativas e com certeza muito mais felicidade e sorrisos.

Se o primeiro caminho foi delicioso até agora, se foi bem melhor do que imaginamos, imagina agora. Se nesses 3 anos de caminhadas aprendemos que estamos aprendendo todo dia e que não sabemos nada, mais mistérios estão por vir.

De certeza, que ficaremos com mais sono, mais cansados, mais endividados, mas também sorriremos mais, choraremos mais de felicidades e teremos um ao lado do outro, como parceiros, cúmplices, amigos, amantes – quando der tempo – e pais.

Esses 3 anos me ensinaram que não existe companheira mais perfeita nessa caminhada. Você me deu a maior alegria da vida e agora vamos nos reencontrar nessa estrada. Sei que dá medo, mas quando penso nisso, lembro que tenho sua mão para me ajudar a nessa caminhada.

Te amo! 

Uma nova viagem

Vai começar!