sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Fim da viagem

Há quase um mês essa viagem acabou. Um pouco antes das 40 semanas. 38 semanas e 5 dias. Depois de um susto, idas e voltas do Jardim Botânico e um trânsito infernal no túnel Rebouças, Teresa veio ao mundo às 20h50, de uma quinta-feira, com 48 centímetros e 2.460 gramas.

Esse pai acompanhou uma hora e vinte minutos do parto fascinado com a tranqüilidade da mãe. Isso me deixou seguro até nos momentos mais tensos, quando Teresa lutava para encontrar sua saída mesmo tendo o cordão em volta do pescoço. Mãe e filha, auxiliadas pela Cláudia, deram show e fizerem um parto lindo.

Muito ouvi sobre a sensação de ser pai, mas no momento que Teresa nasceu o mundo ficou pequeno. Era como se a gravidade do planeta tivesse mudado, a noção de tempo espaço tivesse sumido e eu fiquei ali, olhando aquele pequeno corpo no colo da mãe, sujo, chorando, se aquecendo, invadido por sensações que não conhecia, conhecendo minha filha e reconhecendo um mundo novo que se abriu .

O fim dessa viagem é o começo de um longo caminho. No instante em que Teresa nasceu, minha vida se transformou. Meus sentimentos mudaram. Meu jeito de ver o mundo mudou. No momento que Teresa nasceu, me senti mais vivo, mais apaixonado, mais completo e, infinitamente, mais feliz.

Seja bem-vinda, minha filha. E obrigado por em um segundo de vida, me ensinar tanto. Agora a viagem é outra, mas quero dar cada passo dessa viagem ao seu lado. Nós aprendendo sobre a vida e você me ensinando a ser pai.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

No mar

Depois da tempestade, aproveitei a calmaria para deixar as avós brincarem um pouco. Na consulta de hoje, elas representaram esse pai. As notícias, que confirmaram a observação atenta desse marinheiro de primeira viagem, foram que tudo está tranqüilo e que nossa menina deve chegar apenas no próximo mês.

Só que uma coisa que esses últimos dias me ensinaram é que a única certeza desse fim de jornada é a total incerteza. Tudo pode mudar. A calmaria pode se transformar em tempestade em poucos segundos. Então, atenção às velas, que o porto está logo ali.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Treinamento ou Braxton-Hicks, hora de ser ator!

Regra 1 para situações de crise: Planos de contenção e ensaios de situações práticas auxiliam os momentos de crise. Busque, sempre que possível, repassar todos os procedimentos!

Regra 2 para situações de crise: Mantenha a calma. Mantenha o controle da situação, não mostre afobamento, controle  a adrenalina e mantenha-se sempre alerta.  

Regra 3 para situações de crise: Se a situação chegar e pânico vier junto, nunca demonstre para quem está ao seu lado, que você está em pânico interno. Isso dará a sensação de segurança a quem mais precisa.

Seguindo essas regras:
 (Domingo, 23h)
- Começou? De quanto em quanto tempo? (Aparentando algo normal)
- 10 em 10 minutos.
- Liga para médica. (Não posso ficar desesperado, tenho que raciocinar)
- Não, ainda não. Vou mandar uma mensagem de texto.
- Beleza! (Bom, já que ta assim, vou aproveitar para dormir!!!)
(Segunda, 03h45)
- Tá aumentando, acorda!
- O quê? (Pedido no meio da madrugada! Assustado, mas mantendo o personagem)
- Tá aumentando.
- Quanto em quanto? (Meu deus!!! O que faço?)
- 8 em 8 minutos.
- O que você quer fazer? (Tentando raciocinar. Eu quero sair correndo daqui!!!)
- Vamos esperar até de manhã. Coloca um Top Chef pra gente assitir.
- Lógico (Top Chef? Será que Teresa tá com fome?)
(Segunda, 06h30)
- Acorda! Falei com a Claudia. Ainda está de 8 em 8. Ela pediu para irmos ao consultório.
- Beleza, vou tomar um banho e vamos. (Onde fica o banheiro? Dá tempo?)
(minutos depois)
- Acho que está aumentando.
- Relaxa. (pensamento – fudeu!). Vai dar tempo! (Espero, rezo, rogo, imploro!!!)
- Tá doendo, vindo de 5 em 5 minutos...
- Beleza! Vamos descer as coisas e partirmos para o consultório! (Sorriso calmo no rosto e pensando: agora fudeu mesmo!!!)

Mantive a pose durante todo o trajeto, sempre calmo, com um sorriso no rosto e conselhos da manual de ato-ajuda. Nem xingar no trânsito, xinguei.

Depois de trânsito absurdo, no consultório, descobrimos que o colo do útero estava intacto, que as contrações estavam diminuindo e que, provavelmente, não seria naquela hora. Ainda fizemos um ecocardiograma para observar o comportamento de Teresa. Durante 40 minutos e muitas contrações, tudo certo, voltamos para casa, para mais momentos de espera.

Voltei cansado (não mais que a mãe,) e dormi quase imediatamente. Acho que no ensaio fiz bem o meu papel. Quero ver na hora que for pra valer, como vou atuar.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Você vai chorar?

Essa foi a pergunta de duas grandes amigas ontem: e aí, você vai chorar?

Lógico que vou. Vou me acabar de chorar. Só não vou dar vexame porque sei que a mãe vai precisar de mim, mas não tem como não chorar.

Tenho um certo medo das minhas emoções. Me conheço. Sou um cara controlado, mas quando a emoção bate forte, vem meu lado chorão. Vendo o vídeo de um grande amigo, perdido ao lado da maca da mãe, chorando como uma criança, na emoção do seu segundo filho, tive a certeza que o choro vai ser o mais suave.

O coração está bem, forte, testado na esteira da Clínica São José. Só que não sei o que a adrenalina vai fazer de mim. Só de escrever já me emociono. Vendo o filho dos outros nascer já choro, imagina no momento em que a pequena Teresa aparecer, chorando. Não tem como, vou ter que acompanhar minha filha e abrir o berreiro.

Só espero que ela seja a única pessoa carregada na sala de parto. Essa samambaia aqui tem algumas missões e precisa aguentar forte até o fim. Levar Teresa até o berçário, acompanhar ela ser medida, pesada, etiquetada (tarefas passadas há muito tempo pela mãe) e ter forças para exibi-la pelo vidro. Um longo processo, que tenho certeza absoluta, que passarei com muitas lágrimas felizes nos olhos.  

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Um simples exame

Durante 20 minutos o som que ecoou pela sala de exame foi o som que me conquistou há meses atrás. E entre o observar da máquina, o sono da mãe e a tentativa de leitura de um livro, me deixei levar por muito mais tempo pelo doce batimento do coração de Teresa. Ouvi o ritmo se alterar com os movimentos. Ouvi quase desaparecer depois de uma contração e voltar mais forte, tomando conta de todo vazio, logo depois. Fiquei ouvindo e curtindo os acelerados sons emanados pela máquina, revelados pelas tiras azuis com sensores que envolviam a mãe e revelavam o que acontecia no oculto daquela barriga.

Logo, tudo vai mudar. Logo, tudo se revelará. Até lá, movimentos e sons me trazem ainda mais expectativa para o momento mais importante da minha vida. Se vou aguentar? Não sei! Só sei que quero viver e saborear cada segundo dessa transformação. Quero acompanhar a passagem desses mundos e presenciar o fim desse primeiro mistério. O fim de uma viagem que transformará os sons. No fim, o som do choro real vai tomar o lugar do som das pulsações reproduzidas por uma máquina e unindo, em fortes batimentos, 3 corações.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Reta final e parto normal

Como o pai escreveu no post anterior, o fim de semana foi de vivência intensiva sobre o “monotema” que passou a dominar nossos pensamentos. De fato a chegada dos Pedros, filhos de duas queridas barrigas amigas, mexeu bastante comigo.

Era com elas que eu compartilhava sensações e trocava com frequência figurinhas. Você está sentindo isso? Como foi a ultra? Quando você vai na médica? Ainda mais porque nós três temos a mesma obstetra. É realmente muito assunto! Elas, que estavam com menos de 2 semanas na minha frente, já estão com seus bebês no colo. Que coisa mais linda! Inevitável pensar que sou a próxima da fila, que agora, mais do que nunca, está chegando a hora. Se eu estava me achando calma e tranquila, agora sou um poço de expectativa. Por conta disso, ontem arrumei finalmente arrumei a tal malinha da maternidade.

Claro que eu penso muito em como será nossa vida com uma filha. A mente voa imaginando a família que seremos em menos de um mês. Mas mais do que nunca, eu penso muito muito muito no parto, torcendo profundamente para que tudo saia na mais perfeita ordem. Mas, se possível, que seja parto normal!

Só falta uma barriga

A Manu e o Caetano já estavam por aqui. Nesse fim de semana chegaram o Ian e os Pedrões. Uns de parto normal, outros de cesarianas, mas todos estão bem, com pais e mães exibindo os mais bobos sorrisos. 

Aos poucos, acabaram-se as barrigas que nos cercavam. Agora só falta Dona Andy e seu Cleomir, que está crescendo bem. De resto, todo mundo já explodiu e trocou o sossego da barriga das mães pela confusão daqui de fora.

Teresa acompanhou a chegada dos Pedrões de perto. Sei que isso emocionou a mãe. Essa deliciosa sensação de amor que se encontra do lado de cá do vidro quando o pai aparece para mostrar a cria só despejou bons hormônios na nossa pequena.

Eu fiquei observando a cara de bobo que os pais parecem depois de viver a experiência mais transformadora do planeta. Confesso que a vontade de lamber a minha cria aumentou. Ainda torço, junto com a mãe, que Teresa passe os próximos 15 dias do lado de dentro da barriga, para ganhar peso.

Agora falta bem pouco. Hoje, no exame de cardio, fiquei curtindo o coraçãozinho dela por meia hora. Batida ritmadas, interrompidas por uma contração de treinamento. Elas começaram! Deixam dura a barriga da mãe e preocupado o coração do pai. Não sei quando vai ser a hora, mas sei que essa expectativa está mexendo com tudo. Não to dormindo tranquilo (e olha que ainda nem nasceu!).

Hora de aprender a conviver com a ansiedade da espera. Quero muito vestir a roupa branca do hospital e entrar na sala de parto para acompanhar Teresa chegando. Quero muito ouvir seu choro e poder pegar ela no colo. Quero muito viver essa experiência completa e chorar de emoção mais que a minha bebê.

Se ela vem em uma, duas ou três semanas eu não sei. Enquanto isso, vou me alimentando dos bons fluidos emanados pelos novos papais, mamães e pequenos (ou grandes) filhotes. Vou torcendo para que Teresa venha ao mundo com  a tranquilidade de seus amigos e sabendo, que uma vez do lado de fora, ela via ter muita gente boa para brinca, aprender, compartilhar e amar.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Sons, batidas e outras sensações

Hoje foi dia de consulta. Como o parto chegando, o ritual desses encontros com a médica já é rotineiro. Você acaba sabendo o que vai acontecer, o que ela vai medir, ver, etc. Uma rotina tranqüila, sem sobressaltos, reconfortantes. Só tem uma coisa a que não me acostumo. Só tem uma coisa que me faz sorrir e sentir o mesmo arrepio desde a primeira vez que aconteceu. O som do coração de Teresa ecoando pela sala é uma das coisas mais deliciosas dessa viagem que está chegando ao fim. Basta o aparelho revelar os acelerados batimentos do coração de minha filha, para esse pai abrir o sorriso e se sentir nas nuvens.

Esse é o som mais gostoso que ouvi na vida. Esqueça as melodias de Lennon e McCartney, as Bachianas, as Nonas, as Cavalgadas e todas as 4 Estações. Nada é mais melódico que o coração de Teresa. Nada é mais harmonioso que o som que entra pelos meus tímpanos e toma todo meu corpo. O som que faz meu coração acelerar e os músculos de meu rosto se transformarem. O som que faz nascer o sorriso mais gostoso do mundo.

O Coração de Teresa faz meu coração acelerar e bater melhor, mais completo e bem mais feliz. O coração de Teresa traz vida ao meu coração.

Daqui a pouco, vou ouvir seu choro e minha interação será bem maior que os atuais papos e toques via barriga. Enquanto isso não acontece, curto os movimentos da minha pequena Teresa e deixo me embalar ao som coração de seu doce coração.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Eu tenho a sorte de um amor tranqüilo

Às vésperas de completar 36 semanas, eu estou tranquila. As pessoas me perguntam se estou muito ansiosa, se quero que ela nasça logo. Na verdade quero que ela quando ela quiser, quando estiver pronta, quando for o momento certo. Eu sempre achei estranho ouvir as pessoas desejando “boa hora” pras grávidas. Mas hoje acho que essa recomendação faz todo o sentido. O que mais quero é isso, que a gente tenha “uma hora beeem boa”. É muita expectativa para que tudo corra da melhor forma possível.

Ela se mexe cada vez mais aqui dentro da barriga, por vezes com uns chutes fortes. Nessa madrugada cheguei a pensar: será assim a partir de agora até o final? Devo, desde já, me despedir das noites bem dormidas? Mesmo se for isso, tudo bem, nem posso reclamar. Até aqui foram 8 meses maravilhosos. Sem enjoos, sem dores de cabeça, bem poucos incômodos físicos.  Já começa até a dar saudades da barriga! Afinal, tem sido tudo muuuuito tranquilo, ufa!

E é assim, aliás, a nossa vida, enquanto casal, desde que a gente se conheceu. :-)

No sonho... dos outros

Hoje de manhã, a diarista me liga toda animada e emocionada. "Sonhei com a sua filha! Ela era a cara do pai e estava no seu colo. Eu precisava te contar isso! Eu nunca tinha sonhado com nenhum bebê". Desliguei o telefone feliz. 

Eu ainda não sonhei com o rostinho da Teresa, mas sobre a semelhança com o pai já desconfiávamos pelo pouco que a moça se revelou as ultras. 

Eu tenho sonhado bastante, mas sempre com as situações referentes aos preparativos pra chegada dela e, principalmente, com o parto. A carinha mesmo, pelo jeito, só vamos conhecer ao vivo, no grande dia.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A sorrir

Um sorriso surge do nada. Só não é maior que a barriga da mãe. Um sorriso que me enche de alegria. Adoro sorrir pensando em Teresa. Adoro pensar em Teresa. Em como será Teresa. Em seus desejos. Em seus sonhos. Em suas dificuldades. Em suas conquistas. Logo eu, que quase não sorrio em fotos. Eu com meu sorriso tímido e discreto, um sorriso que deixa de existir quando é sobre e para Teresa.

Aí a coisa muda. Aí esse sorriso vira um sorriso de absoluta felicidade, de muito nervosismo, de grande expectativa. Esse é um sorriso que acalma os momentos de tensão pelo que está por vir e me deixa alerta. Daqui a pouco ela estará por aqui, dependendo de mim e principalmente aprendendo comigo.

Agora que está próximo, que já não tem mais umbigo, nem posição na cama. Agora que o inchaço começou e que tudo vai entrando no lugar, esse sorriso é parte do pensamento que minha vida está próxima de sua maior transformação.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

35 semanas

Nosso pequeno alien continua se movendo com frequência. A semana 35 chegou e com ela as últimas roupas lavadas, a mala da maternidade esquematizada (graças à ajuda da madrinha carioca), testes do carrinho e da cadeirinha (com seus botões e posições que deram uma surra nos pais), o começo das visitas às creches e os últimos ajustes no quarto.

Festejamos a virada de Teresa e os resultados positivos dos exames, embora a moça continue não se mostrando no ultrassom. Em casa, em nossas conversas e no nosso silêncio, imaginamos como será daqui a um mês com um pequeno ser ocupando nossas vidas. Aprenderemos na prática, mas buscamos a teoria e a experiência de quem passou por isso. Sabemos que essa será a maior transformação de nossas vidas e tentaremos encontrar a melhor forma de criar Teresa para o mundo.

É engraçado olhar para trás e ver como tudo isso passou rápido. Tudo que pensamos, acho que conseguimos realizar. A preparação para bem receber Teresa já foi feita e os últimos ajustes do quarto serão nessa semana. As últimas coisas da mala da maternidade serão arrumadas durante esse mês. Não vejo a hora de ver todos esses objetos inanimados ganhando vida. Do berço ser ocupado. Do carrinho sair pelas ruas. Dos pacotes de fraldas serem abertos. Dos bodys, vestidos, panos, lençóis, etc voltarem sujos para a máquina. Serão mais 4 ou 5 semanas de expectativas. Serão mais 4 ou 5 semanas de espera. Depois, a história muda, mas tenho certeza que o amor só vai aumentar.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Medo

A semana passou rápida e sem nenhum post. Fruto de um pouco de ócio por parte dos pais, mas de muito trabalho para a chegada de Teresa. Roupas lavadas, um monte de mini-coisas ocupando os varais da casa. Panos, lençóis, mantas e mais uma porrada de camisetinhas, vestidinhos, bodys, etc. Coisa rosas, vermelhas, verdes, amarelas, pretas, cinzas, azuis, brancas, enchendo a casa ainda mais de cores. O quarto já está mais arrumado, com parte das fraldas ocupando a parte de cima do armário. O Van Gogh já chegou e vai fazer parceria com a parede roxa.

As coisas vão entrando em ordem e você vai tendo mais certeza de que está chegando. A barriga da mãe está a cada dia maior. Teresa continua se mexendo e amanhã tem ultra. Tudo tranquilo. Tranquilo? Pra quem? Cada dia vai chegando mais perto e vai dando um medo. Será que vou conseguir dar conta do que vem pela frente? Sei lá, deveria estar mais calmo com o tempo, mas não estou. Acho que é natural. Teresa mexeu comigo desde o primeiro dia e sua presença, cada dia mais forte, desperta algumas inseguranças.

Não tenho a fórmula secreta e acho que a gente vai aprendendo com o dia a dia, mas ter a formação de alguém na sua mão é uma grande responsabilidade, ainda mais na minha. Penso nas burradas que fiz e em como evitar isso, penso que ela fará um monte de burradas e que não sei como vou reagir a isso. Caminho longo. Não sei se comecei tarde, se terei disposição, em como estarei quando ela tiver 20 anos. Confesso que o sono já foi faz tempo, que o frio tomou conta da barriga (e precisa ser uma grande frente fria polar para gelar isso tudo!) e que tem horas que fico me perguntando: como meus pais conseguiram?

Bom, espero ter muito anos para descobrir essas respostas e quero muito saborear cada momento dessa descoberta.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Dois finais de semana especiais

As semanas 32 e 33 chegaram com festa. Dos dois lados da Ponte Aérea, amigos se reuniram para celebrar Teresa. No Rio, a feijoada animou a galera. Em São Paulo foi a vez da carne louca.

Voltar para casa é sempre bom. Rever primos, tios e amigos é algo especial. Recontar as histórias pela milésima vez e ver as novas crias correndo e dando ainda mais vida à festa dão a sensação de tranqüilidade e de que tudo está em seu devido lugar. Confesso que me senti surpreso com a super produção paulista. No Rio, acompanhei de perto todas as etapas da festa e da sensacional produção coletiva. Em Sampa, foi uma surpresa para nós. Dona Carmem, Dona Suely e Dona Érica não deixaram pro menos e encheram o salão de corações e amor. Até bolo do papai tinha – feito pela bisa – e não sobrou nenhum.

Dos dois lados da Ponte, a chegada de Teresa vem cercada de amor. Não existe comparação, nem competição. Não existe lado melhor. As duas festas foram para nós, momentos de celebração, de ver o sorriso que essa pequena menina fez desabrochar em nós e nos amigos que nos cercam faz valer a pena cada esforço, cada momento de doação que todos tiveram nessas duas celebrações.

O que uniu essas duas festas foi amor. O amor que cada um trouxe, que cada um compartilhou, que cada um se alimentou. Amor que só gente que ama é capaz de transmitir, de repartir, de doar. Amor que veio de longe, que veio em forma física ou em mensagem virtual. Amor estampado nas paredes dos salões, no cuidado com os detalhes e nos papos das mesas.

Nas duas festas, compartilhamos amor com gente que a gente conhece há 40 anos e gente que está há bem menos tempo na nossa vida. Gente com DNA iguais ou bem diferentes. Brancos, negros, amarelos, vermelhos. Unidas não só por laços de sangue, mas por escolhas da vida. Gente com sotaques diferentes, com experiências diferentes, com histórias distintas, que durante um tempo, compartilhou seu amor com a gente, fazendo de simples salões de festas - no Rio e em São Paulo - lugares iluminados por sinceros e belos sorrisos.

Obrigado amigos por esse presente. Nossa menina, de dentro da barriga da mãe, sentiu cada pedacinho desse amor que vocês nos deram. Obrigado, do fundo do nosso coração. Vamos cada vez mais festejar. Nessas duas semanas, o motivo foi Teresa, nas próximas, o motivo será tão importante quanto: a amizade que nos uniu aqui.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Conselho de um amigo que já é pai de 3 filhos

Disse ele: “Antes de a Teresa nascer, já comprem soro fisiológico, Luftal e Tylenol. Um dia, cedo ou tarde, vocês vão precisar. E, nesse caso, não precisarão ir correndo pra farmácia." É, acho que é por aí. E viva a experiência compartilhada.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Festança

Eu iria escrever sobre o Chá de Fraldas de Teresa e sobre a deliciosa presença dos amigos e da família que alegraram nosso domingo de sol, mas a mãe resumiu muito bem o nosso sentimento no texto aí embaixo. Logo, só resta agradecer o carinho que todos compartilharam com Teresa e dizer que para nós – pai, mãe e Teresa – esse foi um dia especial.

Agora, enquanto a semana 32 passa apressada, nós procuramos tempo para ajeitar as coisas. As fraldas terão que desocupar o berço e as roupas devem rumar para a máquina. No sábado, partimos para Sampa; essa deve ser a última viagem da mãe pré-Teresa. Desta vez, o sotaque vai mudar, mas estaremos cercados pela mesma energia que nos alimentou domingo.

É bom constatar mais uma vez que essa menina vai nascer cercada desse amor. Os sorrisos de domingo eram iguais aos sorrisos do pai e da mãe, em casa, quietos, olhando para a barriga. O carinho que recebemos é o motivo para sorrir ainda mais. Bebemos, comemores, rimos, festejamos a vida. E não há nada melhor que isso. 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Chá-feijoada de fraldas

A última semana envolveu os preparativos para o chá de fraldas, que aconteceu ontem. Não foi um chá, e sim uma feijoada. Equipe de produção de primeira, sem a qual a gente não conseguiria organizar tanta coisa. Família por perto, matando a saudade sem fim que se instala diante das pessoas que moram longe. Um gostoso evento para receber os mais próximos e curtir essa onda de felicidade em torno da chegada da Teresa. E olha que ela nem está aqui ainda!

Fiquei com aquela sensação de correria desenfreada, de não conseguir dar a atenção que se pretende pra todos. A toda hora chegava e saía alguém, muitos abraços, muitas fraldas, muitas crianças lindas, boas vibrações, presentinhos fofos. E a doce constatação de que tem tanta gente legal ao nosso redor. Que boa é a vida, né? Família (que cresce se juntando a outras famílias via namoros e noivados, oba!), amigos de infância dos tempos de escola, da faculdade, do trabalho, pessoas especiais quem fazem qualquer esforço valer a pena.

Uma festa colaborativa. Todos ajudando com carinho.

No dia anterior, um mutirão doméstico para ajeitar o salão, arrumar as mesas e cadeiras, separar as toalhinhas, prender na parede um varal com as letrinhas do nome dela - orgulhosamente desenhadas e recortadas por mim, que não sou exatamente uma gênia das habilidades manuais. Na manhã do dia propriamente dito, cheirinho de feijão vindo da cozinha, um time enche as bolas, outro cola adesivos nos potinhos de brigadeiro, um vai ao mercado comprar as últimas coisas pendentes. Adorei esse clima! Nada contra as super festas, mas confesso que existe um gosto que particularmente me agrada muito em contar com a ajuda de todo mundo. Cada amiga fez uma guloseima de lembrancinha e elas mandaram muito bem, só receberam elogios! Como a gente se mudou há pouco tempo, muitos amigos ainda não tinham tido a chance de conhecer o apartamento, algo que foi acontecendo ali, durante a festa. Sobre um grupinho, desce outro. Eu gosto dessa intimidade, de saber que entre todas as muitas pessoas presentes, todo mundo é "de casa". E como é bom ter a casa cheia de amigos!

Ao final da festa, quando os mais chegados nos ajudavam na “desprodução”, subindo do salão carregando coisas e mais coisas, parei um instante e fiquei vendo minhas amigas organizando os pacotes de fralda dentro do berço, todas nós impressionadas com a quantidade e se perguntando onde será possível guardar tantas fraldas! Aquela "bolha do instante mágico" durou poucos segundos, mas o suficiente pra eu pensar em como quero que a Teresa herde esses valores e valorize a família e a amizade. Família pela importância óbvia e pelo orgulho que sentimos em fazer parte da nossa. E amigos porque, afinal, eles são a família que a gente escolhe, né?

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Um lugar para dormir

Para que lado o senhor que o gaveteiro? Foi com essa pergunta que as caixas que tomavam parte do quarto de parede começaram a se transformar em berço. Sim, Teresa já tem onde dormir, num berço de tela com posição anti-refluxo; só faltou mesmo o colchão vibratório com som de baleias para relaxamento total do bebê. 

Confesso que pensei umas 10 vezes antes de responder a pergunta do montador e mudei de ideia 3 vezes, mas acho que escolhi a posição certa. O gaveteiro vai ficar perto do armário e a janela vai ficar mais perto do berço.  Assim, Teresa vai poder se trocar sem vento na cara e terá sempre a circulação do ar vindo da janela quando ela estiver dormindo. No seu campo de visão estarão o quadro do Van Gogh que a mãe escolheu, os brinquedos do Star Wars do papai e a câmera da babá eletrônica.

As coisas vão se encaixando – Teresa encaixará daqui a pouco – e assim a mãe vai ficando mais tranquila. Parede, berço, roupas começam a ser lavadas no fim do mês, as caixas já se foram e agora é começar a desocupar o armário e dar um pouco de ordem ao organizado caos. Para ajudar, esse fim de semana teremos por perto vovós, bisa e vovô em casa. Todo mundo pronto para festejar. Mal sabem que vão sobrar coisas pra eles fazerem também. Mas, não é para isso que serve uma família?

quarta-feira, 10 de julho de 2013

31 semanas e... sentada!

40 centímetros, 1,5kg. Tudo em ordem. Teresa cresce como deveria, os exames estão perfeitos. Me sinto ótima e disposta, o peso agora está sob controle, até o momento não engordei demais nem de menos, não me sinto cansada. Como disse o médico, "uma gravidez de livro", ideal, perfeita. Ou quase.

Ela está sentada. É isso, "posição pélvica" no laudo, para minha momentânea decepção. Se não estiver de cabeça pra baixo, o bebê não nasce de parto normal - o que, como eu já disse aqui, é importante pra mim. Desde que soubemos dessa notícia, no fim da semana passada, eu me pego pensando sobre isso mil vezes ao dia. Já sonhei com o tema mais de uma vez. Num dos sonhos, eu sentia exatamente o movimento dela virando. Entre as amigas mais próximas já existe a campanha #virateresa.

De acordo com as informações que recebi (do médico da ultra, da obstetra, de pessoas com quem conversei nos últimos dias e, é claro, do Google!), o movimento de virada em geral acontece até a 33a ou 34a semana. Ou seja, temos pouco tempo! Da minha parte, sob orientação da médica, marquei consulta com uma doula professora de yoga especializada em gestante, para que ela indique exercícios específicos que podem ajudar na movimentação do bebê. Dizem que os resultados com acupuntura também são ótimos. Amanhã começo nessa função também!

Claro que é um trabalho sem garantia. Eu posso fazer isso tudo e ela continuar sentada. Ou ela pode virar e, sei lá, eu não ter dilatação na hora do parto. Ou existir algum tipo de complicação que seja, como nos dois exemplos anteriores, indicativo para uma cesariana. Mas estou disposta a colaborar no que for preciso. Mandinga, simpatia, qualquer coisa. Lanterna acesa ou caixa de som ligada na parte baixa da barriga podem pode chamar a atenção do bebê? Aceito!  E, confesso, estamos praticando! E se eu ler no meio da rua um cartaz do tipo "Pai João vira seu bebê em três dias", tô topando o desafio!

Uma mãe feliz e preocupada


Eu ando um pouco preocupada, achando que deveríamos estar mais adiantados na organização das coisas. Fico com medo de não dar tempo; me cobro muito, sempre, uma eficiência que não estou conseguindo ter. Não é a primeira vez que acontece, é uma espécie de "surto de angústia".

Me culpo por ainda não estar com o quarto da Teresa em ordem, por não escrever mais no blog, por não ter tempo de ler tudo o que eu gostaria sobre o assunto "maternidade", por ainda não ter ido visitar creches, por não ter organizado uma planilha de gastos, por não ter lavado as roupinhas de bebê. Eu nem sei direito o que ainda precisamos comprar, além do que já temos. Acho que na onda do "nasce uma criança, nasce uma mãe", nasce junto uma pessoa culpada. Mas fiquem tranquilos, não estou ficando maluca.

Penso isso tudo e logo me acalmo. O pai ajuda muito a manter a calma e a tranquilidade, que em verdade são minhas características habituais. A gente está fazendo o que é possível, como ele mesmo não se cansa de repetir, cada vez que eu entro num diálogo sobre esses assuntos. Estar do lado dele me dá a plena segurança de que a gente vai dar um jeito em tudo e que, no fim das contas, vai dar tudo certo. Como sempre deu até hoje!

E, o mais importante, é que a gente está muito feliz, curtindo bastante essa gravidez! Então não tem problema se nem tudo está tão organizadinho quanto eu gostaria. Cada centímetro que a barriga cresce é comemorado de um jeito especial. Cada movimento que ela faz aqui dentro vem junto com as melhores sensações do mundo e me enche de amor. Tem vida aqui, crescendo dia a dia!

A gente conversa e fica imaginando como será quando ela estiver do lado de fora, deitada entre nós na cama. Ou mais a frente um pouquinho, quando aprender a andar, falar e começar a ganhar o mundo.

É o seguinte, Filha: quando você nascer, a casa pode não estar arrumadinha como você merece, mas amor não vai faltar!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Cor

Uma parede quase roxa encheu de cor o quarto branco. Nela vai estar o quadro verde de Van Gogh. Logo, ele vai estar pendurado bem em cima do berço que, por enquanto, adormece em caixas. Ainda falta aparafusar o sofá-cama, dar um jeito no gaveteiro, esperar pela cadeira de balanço e torcer para que o armário agüente a movimentação de hoje, para as gavetas retornarem às suas posições e os pequenos sapatos de minha pequena centopeia voltarem ao lugar. Falta também tirar as roupas das malas, passar pela máquina e, depois de lavadas, vê-las tomar lugar. Os pequenos cabides, ainda vazios, já estão lá espera. Assim como esse pai, que aos poucos vai vendo o fim de uma viagem.

Hoje tem ultra, mais um encontro com os sons e imagens de minha pequena Teresa. Por enquanto é assim. Uma tela, sons de máquina, conversas ao pé do umbigo e o tato revelando doces movimentos da pequena bailarina, que espero que dance como a bisa e o bisô que já partiram, mas que encantavam com passos leves - o pai é um verdadeiro armário, mais desajeitado do que o que está no quarto de Teresa.

Daqui a pouco, ela vai dançar de verdade e o real vai se tornar ainda maior. Só que Teresa, desde antes de ser um girino, já era real e está presente em tudo que nos cerca. No carrinho encostado no quarto, nas roupinhas escolhidas com carinho, nos exageros de sapatos na gaveta, na pequena CDteca, nos primeiros brinquedos, no pequeno Yoda de pelúcia que o pai nerd escolheu e, principalmente, no clima de felicidade que faz de casa algo tão especial. 

terça-feira, 2 de julho de 2013

Bailar

Ontem, em casa, a brincadeira era ver o formato da barriga enquanto assistíamos ao programa "Top-Chef" na TV. Não sei se era vontade de provar aquelas comidas, ou apenas para chamar atenção, mas ela estava animada demais. Teresa fazia uma dança desengonçada – será que puxou o pai?  – que provocava risadas e surpresas. Hora na direita. Hora na esquerda. Hora espalhada. Hora concentrada. Uma brincadeira que adentrou a noite. Mexeu tanto que a mãe quase não conseguiu dormir. Ontem, Teresa queria dançar e nos divertir!

sábado, 29 de junho de 2013

Logo ali!

Amanhã serão 30 semanas. Quanto tempo passou nessa viagem. E como passou rápido esse tempo. O berço chegou desmontado e tomou parte do quarto - na quinta-feira, deve estar montado. A parede ainda não está pintada, assim como o Van Gogh não está emoldurado. Malas tomam parte do quarto, como coisas que ficaram sem espaço em casa. As roupas não foram lavadas, mas já estão separadas por idade. Daqui a pouco começam a chegar as fraldas e a partir da próxima semana, saímos na peregrinação para achar um creche.

Ainda faltam umas 10 semanas, o começo de setembro não aparece na folhinha, mas nessa velocidade, com o tanto de coisa que ainda temos que fazer, o choro de Teresa vai chegar bem mais rápido que o esperado. O que nos resta, como pais, é tentar colocar as coisas em ordem com calma e fingir que estamos preparados, com a certeza que isso é apenas uma doce ilusão.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Gabba, Gabba, Hey





When I'm lyin' in my bed at night I don't wanna grow up Nothing ever seems to turn out right I don't wanna grow up…

A deliciosa adolescência chegou ao fim (já faz tempo, mas agora é pra valer). Tenho algo pra sempre. Algo que sempre desejei. Que sempre quis. Ontem, na minha cama, eu queria crescer. Ontem, vendo como aquela barriga cresceu, eu quero crescer com ela. Explodir de felicidades como quando Dee Dee contava: 1, 2, 3, 4. Crescer na simplicidade de dois acordes de Johnny e saber que a vida é tão rápida quanto as batidas de Marky. Mas, principalmente, quero ser apaixonado, entregue e brega para cantar “What a wonderful World” como Joey.

Que Teresa ame os Ramones e veja que a vida é bela e simples. 



segunda-feira, 24 de junho de 2013

Tum, tum, tum, tum

Hoje tivemos mais um exame. Esse, para verificar o pequeno coração de Teresa. Medidas, volumes, sangue e o delicioso som das batidas. Tudo bem. Tudo tranqüilo.

O coração de Teresa bate saudável. Bate forte e bem. O coração de Teresa bate acelerado. Bate dentro da barriga da mãe. E pela caixa de som da TV, bate do lado fora. O coração de Teresa bate e enche a sala. O coração de Teresa bate no meu peito. Transforma minha cara. Bate na minha mente. Tum, tum, tum, tum.  

O coração de Teresa bate e me preenche. Completamente. E isso vai ser pra sempre! Tum, tum, tum, tum, tum...

sábado, 22 de junho de 2013

Pequeno pensamento

Ontem, pela primeira vez levei o carrinho de Teresa pro quarto. Um ato simples, fugaz, mas que ontem, já depois da meia-noite, a pedido da mãe, me trouxe uma sensação de estar chegando a hora. Uma coisa simples, tirar o carrinho da porta-malas do carro, carregar pelo prédio e colocá-lo no quarto de Teresa – que nem cama tem ainda. Um passeio de não mais de 3 minutos e a mente viajou longe. Esse desejo que esteve sempre comigo, essa vontade, agora está tão perto de se realizar. Teresa está ali, fazendo a barriga da mãe crescer cada dia mais. Junto, dentro desse pai, cresce o querer, a expectativa, o amor. 

terça-feira, 18 de junho de 2013

Protestos

Quero que Teresa cresça apaixonada pala participação política. Quero que ela tenha consciência social e política. Tenho medo de gerar uma filha alienada, uma vaquinha de presépio. Eu me lembro do tempo em que ia aos comícios das primeiras eleições diretas para Governador, do Movimento das Diretas Já e da minha camiseta amarela, lembro da minha tristeza com a derrota das Diretas e da minha indignação ao perceber que, na minha sala de aula, meus colegas não davam a mínima para isso. Tirei meu título para votar pela primeira vez junto com meus pais. Estava nas primeiras reuniões que geraram a primeira passeata dos caras pintadas. No dia do impeachment, acompanhei a votação do Vale do Anhangabaú e subi para festejar na Paulista. Como festejei a primeira eleição do Lula em 2002!

Essa minha paixão, que aprendi com meus pais – nos debates acalorados na mesa de jantar – e que também é da mãe, é o que eu quero para minha filha. Meu desafio será entender as novas formas de ser fazer política. Meu desafio será entender que o mundo pode ser transformar sem a tradicional democracia representativa. Meu desafio é conhecer como as novas formas de diálogo podem transformar tantas reivindicações em realidade.

Sou um cara do século passado, observando de fora do olho do furacão, como o século XXI vai dialogar com o mundo.  Ainda não sei bem como se dará. Isso, vou aprendendo e quero compreender com Teresa, através de Teresa. Para isso, quero despertar na minha filha o sentimento de que podemos mudar sim. O caminho é complicado e não é único, mas a gente encontra junto, como tantas vezes encontrei ao lado dos meus pais. 

domingo, 16 de junho de 2013

Família

Hoje chegamos à semana 28. Teresa já incomoda as costelas da mãe e me surpreende toda a noite. Ainda coloco menos música do que pretendia para ela e sei que tenho que conversar mais com aquela barriga linda. Estar “grávido” é aprender todo dia. Estou crescendo junto com ela e aprendendo muito com elas.

Ontem, Teresa ganhou um grande presente. Um primo! Para quem cresceu cercado por eles, para quem aprendeu a ser filho de vários pais, sei que para minha filha, a presença do “Cleomir” vai ser especial.  Esse é um ano de nascimentos na família. Gu e Pietro vão ganhar outros “irmãozinhos”. A segunda geração que unirá ainda mais os laços entre seus pais. Pode ser em São Paulo, Rio ou na progressiva Mumbuca, nossos laços vão se renovando dia a dia. Sei que eles vão tirar sarro um da cara do outro por causa dos muitos sotaques, mas tirar sarro dos outros é uma tradição familiar.

Daqui do litoral, vendo minha filha crescer, eu penso nos gêmeos que estão logo ali, no Cleomir que chegará um pouco mais tarde e nos outros primos que virão. Penso na farra do Natal na casa da Popô e na bagunça voltando à casa de Caraguá. Imagino as férias de verão, os aniversários, os passeios de fim de semana e desejo que eles tenham a oportunidade que tivemos de crescer sendo uma só família. 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Rapidinho

Encosto a cabeça no colo da mãe e sinto os movimentos da barriga. Me divirto. Me acalmo. Me sinto como um satélite orbitando ao redor daquela barriga. Ela é meu centro. Meu calmante. Observando e sentindo, me deixo levar e acaba por adormecer. Durmo tranqüilo com Teresa ao meu lado. Isso é bom demais.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Sem noção

Sabe o filme Alien? Sabe quando a barriga da vítima fica mexendo antes de explodir? Bom, sei que a cena é bizarra, mas na quarta-feira fiquei me divertindo olhando Teresa pela barriga da mãe. Hora do lado esquerdo, olha do lado direito. Passei a noite brincando com minha filha. Falando para a barriga, vendo suas reações. Confesso que é bem emocionante e bem diferente de um alien, mas o humor negro do pai – que espero passe geneticamente para Teresa – me permitiu imaginar essa cena bizarra.

Estamos na semana 26. Desde o primeiro ultrassom, pratico o livre exercício de imaginar. As imagens normais ou em 4D revelam algumas coisas sobre Teresa. Do lado de cá, fico feliz com essas imagens que estimulam ainda mais minha curiosidade. Já pensei em muita coisa sobre minha filha. Já a imaginei vestida de R2D2, de Princesa Leia (que espero se torne a princesa Disney preferida), mas essa comparação absurda, ainda bem, só veio nessa quarta. Desculpe, filha!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

33 centímetros / 924 gramas

A ultrassonografia de hoje foi especial, apesar da ausência do pai, que infelizmente ficou preso numa reunião no trabalho. A presença da minha mãe, ali do meu lado, de mãos dadas comigo, acompanhando na tela as peripécias da netinha dentro da minha barriga, foi um momento desses que vão ficar pra sempre na memória. O médico percebeu a nossa emoção e fez questão de dizer o quanto era um privilégio contar com as 3 gerações ali, reunidas em nome de tanto amor. E, de quebra, ele destacou que a avó tem aparência tão jovem que nem parece uma vovó!

Do ponto de vista morfológico, tudo certo. Ela continua crescendo dentro do normal. Já está com 33 centímetros e pesa 924 gramas. Quase dobrou de peso nesse último mês! Nas próximas semanas ela vai acumular gordura mais rapidamente, uma vez que o bebê precisa disso para poder se ajustar à temperatura mais fria aqui de fora, em comparação ao lugar tão quentinho em que está neste momento. Essa mesma gordura será fonte de energia e calorias nos primeiros dias de vida. E por isso é comum que recém-nascidos, especialmente os que mamam no peito, percam peso na primeira semana depois de nascer.

Hoje Teresa revelou, ainda que de forma rápida e tímida, seu rostinho. Pelo perfil, confirmou nossa impressão anterior, de ser mais parecida com o pai. Impressionante essa tecnologia, que atravessa camadas e mais camadas de pele e tecidos para mostrar os detalhes do rostinho da nossa filha! Não me canso de olhar a fotinho impressa pelo médico!

Eu continuo gostando de ler sobre o assunto e adorando conversar a respeito. Sei que boa parte da literatura sobre o tema não substitui o famoso instinto maternal e que muito do que pode ser pensado/sentido sequer foi verbalizado. Mas informação me tranquiliza, me dá segurança.

Me sinto ótima, feliz e saudável – apesar da bronca da médica na semana passada, por ter engordado quase 3 quilos num único mês, quando o normal teria sido, no máximo, 2 quilos. Culpa das férias em solo americano, quando tomei café da manhã de princesa todos os dias e comi sobremesa como se não houvesse amanhã. A balança não perdoou.