segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

8 semanas

Teresa foi promovida. Deixou de ser embrião e passou a ser feto. Teresa já tem braços, pernas e está perdendo a cauda. Mudanças! São tantas, todo dia. A preocupação de ontem se transformou em sorriso hoje. A noite agitada se transformou em tranqüilidade.

A espera valeu. Na tela da TV, imagens e emoção. De mãos dadas, ouvimos o coração batendo a 169 por minuto (posso garantir que os dos pais estava ainda mais agitado). Vimos um desenho do que está se tornado Teresa, um pequeno feto de 1,7cm, ainda bem folgada no seu espaço (nada com o livre exercício da criatividade).

Daqui um mês tem mais, uma ultra super importante, mas a de hoje foi especial. Teve gosto de estréia, apresentação, de “Seja bem-vinda! Estamos aqui fora, esperando por você!”. Posso afirmar que o prazer da descoberta foi demais.

Hoje, ficamos sabendo que todos os sinais e medições estão corretos. Que tudo está correndo bem. Que o feto está saudável e, para a surpresa dos pais, o que seriam 8 semanas e 1 dia, passou a ser 8 semanas e 4 dias. Será que ela já é grande desde agora?  

A consulta foi boa. Algumas dicas, informações para esses pais de primeira viagem aquietarem o coração e saírem do consultório com aquele sorriso no rosto que não some. No meio dessa loucura que preenche meus pensamentos  toda hora, olhando para a tela, tive certeza mais uma vez, uma certeza que me acompanha desde o primeiro ultrassom. Teresa tem a beleza da mãe (rs)!

Sei lá, é estranhamente lindo tudo isso. Tem horas, que você tem que ser homem, macho, dono da situação. Tem que ser o cara que acalma, que cuida, que aninha, que mima, etc. Já disse, sou um voyeur – não sou eu que estou sendo bombardeado por quantidades enormes de hormônios.  Acho que estou me saindo bem nessa tarefa.  

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Futebol é coisa séria

O que meu filho vai ser? Por quem o Bento vai torcer?

Bom, o leitor desse blog deve ter notado que o grão de bico foi chamado de Bento. Não era, até o post anterior, Francisco? Era sim! Peço desculpas ao leitor atento, que pode ter ficado confuso, mas assim é a vida. Bento é mais uma das opções. Esse menino passeia por Francisco, Davi, Heitor, Bento. Menina, por enquanto continua sendo Teresa, a dúvida se com s ou z, mas sem h (rs). Esse negócio de nome é complicado. Ainda bem que tem mais 32 duas semanas para mudar de opinião mais umas 50 vezes.

Mas esse não é um post sobre nomes, mas sobre uma coisa tão importante quanto. Qual vai ser o time do meu filho? Sou corintiano. Nasci e cresci em São Paulo. Meu pai, santista, nunca foi ligado em futebol, sobrou aos meus tios corintianos a responsabilidade de me fazer gostar de futebol  e escolher um time. Minha primeira referência de futebol é o título do paulista de 1977. Não sabia muito bem o que estava acontecendo, mas lembro do clima diferente na cidade, na casa da minha avó, etc. Depois, acompanhei a Democracia, ia aos jogos, via os caras nos comícios pelas Diretas, etc.

A paixão por um time nasce da troca, um dia vencedor, ídolos (Sócrates, Casagrande, Wladimir, Biro-Biro). A minha nasce no início dos 80 e me acompanha até hoje. Lembro de cada campeonato. Estava no estádio no Brasileiro de 90, no Mundial de 2000, na Libertadores de 2012 e em muitos outros momentos. Quando mudei para o Rio, em abril de 96, fui ao Maracanã ver Corinthians e Botafogo pela Libertadores. Fiz o meu irmão e meu primo Leo serem corintianos depois de um clássico 3 a 3 contra o São Paulo, em 1987.

Para mim, time é mais definitivo que tatuagem. Depois de apaixonar, não tem como mudar. Não consigo torcer por ninguém aqui no Rio, não dá, meu DNA é de maloqueiro. Só que por mais apaixonado, sei que é quase impossível passar isso para meu filho. Ele vai crescer em um estado diferente do meu, vai se relacionar com crianças que não tem a mínima referência do que é ser Corinthians. Não dá para escolher um jogo baba para levar seu filho no Maracanã só para ele ver como seu time é o melhor do mundo. O Corinthians jogos umas 6 ou 7 vezes no Rio – geralmente são 4 – por ano.

Além do ambiente, tem a influência interna. A mãe é Fluminense e gosta de futebol. Tenho certeza que ela vai querer ir ao Maraca com o pequeno Bento para ver o tricolor. Sinceramente, não sei se é uma boa ideia. Sempre fui do povo. Lealdade, Humildade e Procedimento, Mano! Fluminense me parece meio elitista, mas pode ser impressão. Tem ainda a influência dos amigos próximos com filhos, que vão passar em casa para pegara a Teresa para ir ver um jogo do Mengão. Isso também é um risco para o meu projeto “Pequeno Louquinho”.

Bom, o que me resta fazer é tentar levar o grão de bico o máximo para São Paulo, para ver jogos no Itaquerão com os primos paulistas, dar um DVD com o documentário sobre a Democracia Corintiana, apresentá-lo ao Casagrande, ao Neto, deixar o garoto entrar em campo segurando a mão do Alexandre Pato, dizer que qualquer time preto e branco vencendo na TV é o Corinthians e torcer. A briga é quase perdida, mas vai valer a pena. 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Presentes

Ainda não comprei nada para a Uva. Sei lá, pensei que quando isso fosse real, eu gostaria de comprar algo logo de cara (como a mãe fez), mas não fiz. Eu sou um cara que gosta de uma comprinha, que adora dar presentes, mas não comprei nada para o meu filho. 

Não comprei, mas sei qual a primeira coisa que quero dar ao Francisco/Teresa!

A ideia veio no meio do plantão, enquanto eu escrevia um outro texto para esse ser que toma minha consciência e meus sentimentos de assalto o tempo todo. Assim que nascer, Francisco/Teresa vai receber a medalha que minha avó me deu.

Uso essa medalha quando preciso de proteção, quando preciso de energia, quando quero estar mais forte. Ela é puro amo. Um símbolo que me faz lembrar do sorriso e do carinho de minha avó. Dos papos que tivemos quando ela estava internada e de uma foto granulada e vermelha, que mostrei quando ela estava bem sonolenta, em uma das últimas visitas. Essa medalha é um símbolo, é o meu símbolo de um ano de transformação. No Natal, o primeiro sem minha avó, ela permaneceu comigo o tempo todo.

Hoje, acompanhando o crescimento da nossa barriga, sou relembrado, diariamente, das coisas se transformam, que essa é a ordem natural do mundo. O que mais quero para meu filho é proteção, energia, força e amor! Então, nada mais lógico que o meu primeiro presente para Teresa/Francisco seja esse.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Procurando a poesia

Eu fico aqui lendo essas coisas que o pai escreve (tão bem) e concluo que de fato, pelo menos por ora, eu não sinto essa inspiração. Culpa dos hormônios, que fazem meus sonhos ficarem agitados e me deixam sonolenta durante o dia, de um ou outro momento de enjoo, da cintura que segue se arredondando e de algumas roupas que já não me caem tão bem. Estou cansada mas feliz. E fico ainda mais feliz em saber que ele está vendo isso tudo com a poesia que eu acho que a situação merece! A preocupação com o lado prático do assunto (arrumar a casa, organizar a vida financeira, lista de coisas a serem compradas, comer alimentos saudáveis, exames a serem realizados) por vezes me afasta da magia envolvida nessa multiplicação frenética de células que acontece aqui dentro da minha barriga. 

Quero fazer tudo direitinho, curtir cada momento. Em geral eu sempre fui uma aluna aplicada. E quero repetir esse comportamento agora. Ler, aprender, estudar, entender exatamente tudo o que está acontecendo. Assim me sinto mais segura para enfrentar o que está por vir. É uma responsabilidade gigante cuidar bem dessa sementinha, elevada ontem à categoria ‘grão de bico’, com o dobro do tamanho da semana passada.

domingo, 20 de janeiro de 2013

A melhor imagem

Acabei de ler o boletim do BabyCenter sobre a entrada da sétima semana. Li os detalhes do crescimento da Teresa/Francisco, que foi promovida de feijão para grão de bico ou, mais romântico, uma uva.

Leio as transformações da mãe, o que ela pode estar passando e que minha uva se mexe o tempo todo lá dentro. Que o fígado produz grande quantidade de glóbulos vermelhos para ajudar a formar a medula.

Leio tudo isso e fico com vontade de entrar no e-bay e comprar uma máquina de ultrassom só pra mim. Para ficar vendo o dia-a-dia dessa revolução que a mãe está vivendo. Como não vou comprar, fico compartilhando a única sensação ter com a uva: o tato!

Somos uma geração de imagens. Somos bombardeados por elas o tempo todo. Somos  imediatos, conectados, viciados pelo movimento. Crescemos vendo televisão. Passamos o dia passeando pela mais diferentes telas e, no meio disso tudo, no meio desse monte frames que bombardeiam as nossas pupilas, acabo encontrando o meu sossego em uma imagem apenas, quase um quadro parado por fora, mas que por dentro, é mais movimentado que qualquer filme de ação.

Tocar, observar, sentir. Sair da velocidade da luz e reduzir para quase o zero absoluto. Entrar no meu universo próprio, numa zona desconhecida, num mundo de gravidade própria. Me deliciar com o toque dos dedos na pele.

Não durmo sem fazer um carinho nela e adoro ficar no ócio, só curtindo essa barriga. Sinto a textura, brinco com os pelinhos, passeio por ela sempre que posso e adoro, no meio da noite, encontrá-la. Me acalma. Me faz feliz. E é muito melhor que qualquer coisa em HiperUltraMaxHD!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Admirando

Admirando

Sou um voyeur. Há umas duas semanas me tornei um grande voyeur. O voyeur de uma barriga! Todo dia, me pego olhando a mãe passeando pela casa e fico um tempo ali, quieto, com meus pensamentos, viajando, olhando aquele corpo mudando e tentando observar as pequenas transformações.

Nos próximos meses serei cada vez mais voyeur. Hoje, acompanhando o dia-a-dia, as mudanças são pequenas. Meu foco de obsessão quase não existe. Quase não tem barriga, mas tem uma sutil mudança na cintura. A grande transformação está no sorriso sempre presente, que nasce do nada e ilumina tudo.

Deitado no sofá (bem folgado!), olhando para cozinha, vendo ela passear enquanto faz uma sopa e me deixo levar pela deliciosa sensação de que ali, naquela barriguinha quase inexistente, está crescendo algo que já transformou a nossa vida para sempre.
Olhando aquela barriga, fico pensando no que vem pela frente e perguntas me percorrem: Quando a barriga estará presente? Quando virão os primeiros movimentos, os primeiros chutes? Até quanto ela vai crescer? O quanto ainda vou ficar hipnotizado?

Sem respostas, eu fico ali, meio sem prestar atenção na televisão, sem conseguir me concentrar no jornal, meio voando e vendo tudo lentamente, enquanto dentro da minha cabeça, a velocidade é máxima.  

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

6 semana II

Um feijão brotou na tela. Um feijão com uma coloração vermelha. Batimentos de um coração pouco ouvidos, quase nenhuma grande informação extra. Não sei se ficamos tímidos, ou o cara apenas faz o exame e não interage, mas o ultrassom de hoje foi meio frustrante, embora apaixonante. 

Um pequeno ponto no meio de medições e chiados. Um pontinho que me faz parar algumas vezes no dia para pensar no que está acontecendo e desejar logo o que está por vir. O médico não falava muita coisa, não explicava muita coisa. Vendo o laudo depois, nos pareceu tudo bem.  

Na boa, nem do tamanho de um feijão é e já tem essa carga mágica. Bendita ondas sonoras. Hoje, vendo aquela tela, fiquei viajando, observando qualquer detalhe. Tenso, torcendo para tudo estar bem, tudo estar no local certo, do jeito certo. No meio do processo, um batimento, um som. Não sabia de qual daqueles dois corpos unidos. O médico disse que era do bebê. Foi rápido, de surpresa, mas o som mais delicioso do mundo. Quero mais! Quero sempre!

Transformações. Cada vez maiores. Ainda é estranho a quantidade de sentimentos envolvidos nessa viagem. Eu sou quase um observador. As mudanças estão ali no meu lado: mais sono, corpo mudando lentamente, barriguinha leve, dura  e diferente, mais curvas e um sorriso novo e contagiante, cheio de vida e luz.

Pra mim, o feijão me faz acordar mais cedo. Hoje, me tirou da cama de manhã para o ultrassom, mas também me fez economizar um tempão na fila do CCBB no sábado de noite (antes de qualquer acusação: Grávida é Grávida!). Para o pai, o físico não vai mudar, mas a cabeça não para de trabalhar e a alma se transforma. Há 6 semanas, sou outra pessoa. E tudo por causa do feijão.

Bom, hoje chamei meu filho de feijão. Não gostei! A mãe disse: “Em alguns momentos eu acho estranho já chamar o bebê por algum nome. Fico com a sensação de que não será nenhum desses, que talvez que gente vá ter outras idéias, não sei." Desculpem, não consigo escrever 'sementinha' para meu filho, nada contra, mas não consigo, por enquanto, é Teresa/Francisco, se mudar, voltamos a Waldeclay (brincadeira!!!) ou pagamos a análise pela crise de personalidade. 

6 semanas

Hoje fizemos a primeira ultrassonografia, que confirmou o tempo de gestação de 6 semanas. Deu pra escutar o coraçãozinho do embrião, que já bate super acelerado, 110 vezes por minuto! Deu pra ouvir, mas o médico não era dos mais fofos e só deixou a gente escutar o batimento por poucos segundos. Ele ficava repetindo “ainda é tudo muito pequeno, muito pequeno”. Ok, pode ser pequeno, mas a alegria que trouxe pras nossas vidas, com certeza, é beeem grande!

Assinamos um boletim virtual no site BabyCenter, que envia e-mails sobre o que está acontecendo a cada semana. Segundo o site, até o próximo domingo o embrião terá o tamanho de um feijãozinho. Ninguém percebe as drásticas mudanças, mas já tem muita coisa acontecendo aqui dentro da minha barriga. Os músculos, ossos e cérebro do bebê estão começando a se formar nesta semana.

Não senti nenhum enjoo – espero que continue assim – mas o sono é cruel. Passo o dia bocejando...! Fora isso, faço xixi bem mais vezes que o normal e sinto que a cintura está levemente se arredondando, o que pode ser facilmente confundido com excesso de rabanadas no Natal.

Em alguns momentos eu acho estranho já chamar o bebê por algum nome. Fico com a sensação de que não será nenhum desses, que talvez que gente vá ter outras ideias, não sei. Mas curto os debates sobre o assunto, inclusive os coletivos, em que os amigos defendem a dignidade do nome e sua aplicabilidade para muitas funções no mundo.

Ontem assistimos a um filme sobre o tema, o francês Le Prénom (Qual o nome do bebê?). A escolha não foi em função do argumento, pois papai e mamãe gostam mesmo muito de cinema – e é bom que a sementinha vá se acostumando desde já com a sétima arte! No filme, Patrick Bruel interpreta Vicent, um quarentão às vésperas de ser pai pela primeira vez. Durante um jantar na casa de sua irmã, é questionado pelo cunhado sobre a escolha do nome, mas sua resposta mergulha a família num completo caos. Sem dar spoiler (porque essa informação está no trailer), o prénom anunciado é Adolf. Assustadíssimo, o cunhado não aceita que a alcunha do maior ditador que a História já viu venha a ser o nome de um bebê fofo e sorridente, que virá ao mundo em breve.

É, faz sentido.

De fato é muita responsabilidade escolher o nome pelo qual a pessoa será identificada pelo resto da vida.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Sons

Agora, o mais esperado é o batimento do coração da Teresa ou do Francisco. Não sei se vai ter no ultrassom de amanhã. A expectativa é grande. Não sei como vou reagir, mas vou deixar o relato dessa experiência, que os amigos dizem única, para quando acontecer.

Os sons que me tomaram a cabeça nesses dias foram outros. Na boa, não vejo a hora de ninar o bichinho com os sons que gosto. Não vejo a hora de colocar na barriga da mãe um iPod baixinho, para o Francisco /Teresa conhecer por vibrações as boas vibrações de algumas das mais belas obras produzidas pelo homem.

O gosto da mãe ele conheceu nesse fim de semana, quando Teresa/Francisco foi exposta ao som do Criolo. Boas vibrações do Circo, boas vibrações do palco, dos pais. Sambinha pra dançar juntinho, rap com swing, uma bela estréia no mundo da música para o moleque.

Eu, o pai, já me pego imaginando um set list lúdico e educativo, que vai ter um pouco de clássico, rocks deliciosos com vibrações, Beatles para caramba e, para já sair chutando a mãe por dentro, um pouco do titio Joey cantando.

Teresa/Francisco precisa saber do que o pai gosta. Só que vou devagar, não é hora de colocar Maiden - deixa isso pro final da gravidez. Por enquanto, quero compartilhar via útero. Passar ao meu filho minhas emoções, minhas sensações, um pouco de mim. E aproveitar enquanto mando no som de casa, porque a Galinha Pintadinha está logo ali, batendo na porta. 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O dino saiu da caixa

Tem um dinossauro no sofá de casa. Ontem, quando cheguei, tinha uma caixa de presente no sofá. Eu, na minha ingenuidade, ainda me acostumando que a minha vida mudou mesmo e que não sou mais o centro da casa (se é que fui um dia?), achei que era um presente atrasado de Natal, uma lembrança das trocas de roupas ontem no shopping. Quando abri, vi um macaquinho de dinossauro que, com certeza, não caberia em mim.

O Dino foi o primeiro presente físico, com pacote. O primeiro que tomou a sala. O primeiro materializado. Há uns 3 dias, Francisco/Teresa ganharam seu primeiro presente (da avó materna). Pelo celular chegou a foto de um macaquinho de ursinho com detalhes vermelhos.

É amigos, acabou! A primeira roupa chegou e com ela a certeza que deixo de ser eu e passo a ser o pai de alguém. Alguém que está ali, junto da gente o tempo todo. Alguém que vai usar aquele macaquinho de dinossauro em bem pouco tempo. Alguém que vai babar nele, rolar no berço com ele, que vai sorrir, chorar, comer, brincar, vestindo aquele presente.

Chega de ilusões. Presente pra mim? Nem no aniversário! Posso começar a me preparara para ganhar esse ano, no meu dia, presente de papai. Agora, a atenção é outra. Família muda, amigos mudam, conhecidos mudam e a mãe muda (pra caramba).  Que venham as fraldas, mamadeiras, brinquedinhos, macaquinhos, etc. Pensando bem, eu tenho roupa demais, dá pra passar os próximos anos sem ganhar mais muita coisa.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Multiplicar

Certamente o dom das palavras pertence ao pai, mas gostei da ideia de registrar aqui sentimentos e impressões sobre essa viagem de 40 semanas – que já começou há 5!  Seja bem vindo, meu filho – ou filha! Mamãe já te ama muito! Por enquanto é uma sementinha, com pouco mais de 1 cm, mas impressiona a felicidade plena que algo mesmo tão pequeno pode trazer. É lindo e estranho pensar que eu estou “fazendo gente” aqui dentro, multiplicando em mim um pouco da minha alegria, dando um presente pro mundo.

Ontem foi tempo de compartilhar a notícia com algumas poucas pessoas, amigas-irmãs que a vida me deu o privilégio de ter por perto. Gente do bem e muita querida vibrando energia da melhor qualidade. E dividir a novidade foi uma forma de multiplicar a alegria. Uma dessas amigas sempre se lembra de uma música especial pros momentos felizes, que diz "Vem que o sol raiou / Os jardins estão florindo / Tudo faz pressentimento / Que esse é o tempo ansiado de se ter felicidade".

Desejo que a gente, como casal, viva essa experiência intensamente, curtindo cada momento. Que tenhamos a estabilidade necessária para aproveitar as constantes transformações!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Um saquinho preto

Não almocei. Nessa tarde, tinha médico. O primeiro médico! E no consultório, entre nervoso e não saber o que perguntar, foi surpreendido pala primeira imagem da Teresa/Francisco (até agora não mudou!). Um saquinho preto, de 2,3cm, com algo dentro de 1,4cm. Posição perfeita, formação perfeita, tudo como deveria estar.

Mas tinha algo estranho, nunca achei que um ponto preto no meio de uma tela cheia de chiado poderia me deixar emocionado. Tá tudo ali. Tudo naqueles 2,3cm. Com um pouco de imaginação, deu até pra ver. Mas, não foi imaginação, foi realidade, a deliciosa realidade de saber que daqui a pouco, lá pelo fim de agosto, essa mancha vai ser a coisa que mais vou amar no mundo . 

Não mais Walderclay

Chegou por e-mail a lista dos 100 nomes. No topo masculino: Miguel, Arthur, Davi, Gabriel e Lucas. No feminino: Sophia, Julia, Isabella, Alice e Manuela.

Em casa, no sofá, o papo, já no meio da noite, depois de contar para a avó gaúcha que ela vai ser avó  e ouvir a felicidade genuína do outro lado da linha, entre aqueles sorrisos bobos que não param, conversamos sobre a lista e preferências.

Algumas preferências não agradaram. Rosa e Olívia, eu descartei. Ela descartou Ana e Beatriz. Sempre quis João, mas o nome perdeu um pouco. Meninos passaram Felipe, Rafael, Guilherme, Gustavo, etc. Até aquele momento, era simplesmente Sementinha (para a mãe) e Walderclay (para o papai), mas Waldealgumacoisa foi expressamente proibido de ser mencionado. Quase um Voldemort!

A lista feminina não acrescentou muita coisa. A atual favorita é Teresa. Então, a partir de hoje, Teresa substituiu Sementinha. A masculina trouxe dois nomes que nunca pensamos: Francisco e Davi. Confesso que nunca pensei em colocar no meu filho o nome do meu avô, mas Davi tem agradado. Só que o favorito hoje, o nome que Walderclay para escanteio, é Francisco. Kiko como meu grande amigo e irmão. Bom, se isso mudar, é porque os pais de Teresa e Francisco estão pensando em todas as possibilidades possíveis. Escolher o nome de uma pessoa, algo que vai definir muita coisa na vida dele, difícil demais. Hoje, dia da primeira consulta, a sementinha (rs) vai conhecer a médica e vai se apresentar como Teresa ou Francisco.

A suspeita

Do nada veio o carinho na barriga e a dúvida: Será? Não nos falamos, mas na volta da viagem, ela ficou em dúvida – depois soube que há algum tempo – e decidimos optar pelo velho teste da farmácia, que só não foi feito no dia 2, porque a farmácia que entrega aqui não tinha (será que dia 01 de janeiro é o dia internacional do teste de gravidez?!).

No dia seguinte, no meio da tarde, o telefone toca e do outro lado diz: “Parabéns, você vai ser papai!”. E isso mudou a minha vida. Isso transformou meu mundo. Isso me fez pensar em milhões de coisas e me fez parar de pensar. Tudo muda nesse momento. A foto de dois traços via celular. O sorriso bobo na cara e a necessidade de concentração perdida. Não tinha mais como. Eu voava por dentro.

Em casa, sorrisos bobos, a mais completa paz no caos e tudo que queria era entorpecer minha cabeça que funcionava em velocidade máxima há algumas horas. Não deu! Logo conversamos, rimos, comemoramos e tentamos dormir, já com o exame de sangue pronto. 

No dia seguinte, mais sorrisos do nada. Sangue, espera, espera, espera, cinema, espera e, às dez da noite, com a Lagoa como testemunha, uma voz pelo telefone dizendo:”7353, senhora. Resultado positivo!”.

É isso! Positivo e definitivo! Transformador! Resultado comemorado com beijos, sorrisos, carinhos e muita festa. Que venha com saúde, por amor não vai faltar.

É incrível como dois traços, um número, algo menor que uma semente de papoula pode te transformar tanto. Há cinco dias sou um cara diferente. Há cinco dias sou um cara completo. Que agora lê boletins sobre gravidez, que fica imaginando como vai ser na hora. Como vão ser  os próximos meses? Se vou ser capaz de ser tão bom pai quanto meus pais foram? Dúvidas, medos, incertezas e uma mega felicidade. Uma realização única. Seja bem vindo, meu filho!