sexta-feira, 24 de julho de 2015

33 semanas, tamanho de 35 e posição correta

Filho, pelo jeito você vai nascer grande. No exame de ontem, media 45 centímetros e pesava 2,350 kg. Estou com 33 semanas e 4 dias , mas esses suas medidas são de um bebê com 35 semanas e 2 dias. Claro, existe sempre a margem de erro, mas pelo jeito você vai ser meu pequeno grande Dante! <3

E, ufa, você não está mais atravessado na barriga. Que bom, algo dentro de mim (você, talvez!) sabia que você ia encontrar o caminho sozinho. Cabeça pra baixo, bumbum pra cima. Parabéns pra gente, meu amor!

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Ultra diferente

Hoje estava tudo bem. Mais uma vez, você não se mostrou e reclamou quando foi cutucado. O caminho para a saída parece tranquilo, com você já na posição correta. As medições foram perfeitas e o coração continua batendo forte e ritmado.

O que teve de diferente nessa ultra foi a presença da sua irmã. Ela não entendeu muito bem e reclamou da mãe estar deitada naquela cama com um monte de ‘meleca' gelada na barriga e ficou agitada num primeiro momento, mas foi só o som do seu coração tomar a sala para ela ficar quieta, prestando atenção naquele “ruído”.

Ela te viu no 3D, viu parte do seu rosto e seu pé, acompanhou suas medições e, lá pelo meio da consulta já queria ir embora, meio entediada com aqueles gráficos na televisão – bem menos interessantes que a revistinha da Turma da Mônica. Quando a paciência dela parecia ter ido embora de vez, mais uma vez os batimentos do seu coração tomaram a sala e mais uma vez ela ficou quieta, como aproveitando uma sinfonia.

O encanto do som dos seus batimentos já emocionou muito sua mãe e seu pai. Hoje, foi o dia de mexer com a sua irmã. Queria entrar na cabeça dela e saber o que estava pensando quando aquele tum-tum-tum tomou conta dos seus ouvidos. Pela carinha de atenção e felicidade, ela gostou muito.

Agora, quando você chegar desse lado e ela estiver agitada, vou usar um estetoscópio, colocar no seu coração e deixar ela ouvindo esse batimento que tanto a acalmou.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

ArredonDante

Dante se faz cada vez mais presente na barriga que se arredonda e desponta. Tenho a sensação de que tinha uma barriga deste tamanho no dia em que a Teresa nasceu, e não 2 meses antes do nascimento. 

Movimentos intensos, muuuitas mexidas. Aquele pezinho na costela que faz a gente ver estrelas no meio dia, mas que ao mesmo tempo dá a plena certeza de que tem vida ativa aqui dentro. Eu gosto de estar grávida, gosto muito! Tirando o enjoo inicial, não tive nenhuma intercorrência, não sinto dores crônicas nas costas, não tenho as pernas inchadas, os exames estão perfeitos, nada de azia, meu cabelo não tá caindo, tudo ótimo. E que bom saber que está tudo muito bem no meu momento ‘Dona Redonda’.

E agora, com certo gosto de despedida, pois é bastante provável que a gente não tenha mais filhos. Em vários momentos me pego pensando que experimento todas essas sensações da gestação e do início da maternagem pela última vez. Muito provavelmente terei o mesmo sentimento em relação ao prazer imenso que é amamentar, apesar das dores e da falta de jeito inicial. No último fim de semana uma querida amiga fotógrafa registrou nossa família, eternizando em imagens o momento em que vivemos. A interação da Teresa com a gente e com a barriga, dando beijinhos e fazendo carinho. Ansiosa pelo resultado, sei que vamos rever essas fotografias muitas vezes, no álbum que o papai há de montar, dando seguimento ao projeto, por ora super bem sucedido, de organizar as fotos da casa.

Eu sei que passa muuuito rápido, que é tão intenso e que vou morrer de saudades. E por isso quero aproveitar cada minuto. Daqui a bem pouco tempo o Dante estará do lado de fora e será ainda mais legal. Um bebezinho nos braços, os primeiros sorrisos, aquela mini mãozinha que aperta nosso dedo, aquele cheirinho que dá vontade de engarrafar, uma vida inteira pela frente para aprender tudo. Ai, ai.. Parece piegas, e é. E todos os clichês passam a fazer sentido. 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

30 semanas e... atravessado!

Ontem teve ultrassonografia, um dos melhores momentos da gravidez. Dia de “visitar” o Dante e ouvir, feliz, a médica dizer que está tudo bem com ele e comigo. 1,600 kg, 40 centímetros, meio atravessado na barriga, com a cabeça pro lado direito (esmagando minha costela, mas tudo bem, te perdoo, filhão!). Ainda tem tempo para virar e se posicionar para o parto, mas confesso que passou na minha cabeça o filminho do que aconteceu com a Teresa, que a esta altura da gestação estava bem bela e sentada na minha bacia. Acupuntura, yoga, exercícios específicos, lanterninha e fone de ouvido na base da barriga foram o pacote da campanha #virateresa, colocado em prática pra ela virar. E virou! Filho, vai buscando seu caminho aí dentro, pra encontrar a saída, viu? Se for o caso, repito o feito e lanço o combo #viradante.  

Pena que na ultra de ontem você ficou tímido e não quis mostrar o rostinho. Se escondeu com braços e pés na frente da cara. Mas tudo bem, pelo que já vimos você será igual à sua irmã e, consequentemente, igual ao seu pai. :-)

Semanas x Meses

O modo de contar a gravidez por meses, apesar de ser popularmente o mais difundido, não é o seguido pelos médicos hoje em dia. Provavelmente quando eu e você nascemos ainda era assim, por meses, mas atualmente a vida de uma grávida gira em torno das semanas. O que, obviamente, gera muita confusão quando te perguntam: “Com quantos meses você está?”. A tabela abaixo esclarece a questão e simplifica a contagem para orientar os leigos que estão ao nosso redor, mas não tem precisão para indicar a data provável do parto (DPP). Sugiro imprimir e andar com ela na carteira até o final da gestação.

Para encurtar o assunto, é preciso entender a contagem. A gravidez dura, em média, 40 semanas ou 9 meses completos ou 10 luas ou 280 dias. E se cada semana tem 7 dias, então 4 semanas correspondem à 28 dias. E esses 28 dias correspondem à 1 mês de gravidez, que é igual a 1 mês lunar. Na prática, portanto, diferente dos meses do calendário, que podem ter 30 ou 31 dias (e ainda tem fevereiro, com 28 ou 29, se for ano bissexto, mas aí já é outra história...!).

Uma das coisas intrigantes dessa contagem em semanas é o fato de ela começar no 1º dia da menstruação – quando, obviamente, ninguém está grávida! A semana 1 e 2 são contabilizadas antes mesmo de o óvulo ter sido fecundado.



Por aqui, estamos com 30 semanas e 3 dias completos. Já vivenciando, dessa forma, a 31ª semana. É que nem idade. Você comemora aniversário depois de viver 1 ano inteirinho.


segunda-feira, 29 de junho de 2015

30 semanas

De repente, já passou ¾ dessa jornada. Um e-mail me faz acordar para a semana 30. Se tudo ocorrer como o previsto, mais 10 semanas e Dante nascerá. Se seguir a irmão, faltam menos de 10 semanas – ela veio om 38 semanas e cinco dias.

Ontem, o barrigão passeou pela praia e assusta pelo tamanho. Essa está sendo uma gestação mais corrida, mais cansativa – principalmente para a mãe – mas continua sendo mágica e prazerosa. Pequenos momentos como os de sexta, quando fomos ao cinema sozinhos pela primeira vez em algum tempo e sentimos o moleque pular muito no filme revelam que certos gestos continuam emocionando. Como emociona pensar como vai ser quando Dante viver seu primeiro cinema, assim com a pequena irmã viveu ontem. Ver seus olhos presos àquela tela enorme foi emocionante. Ela resistiu pouco, mas valeu os primeiros 30 minutos de filme para ver o encantamento daquela experiência inédita.

Agora, é esperar 10 semanas e saber como a pequena vai se comportar com o irmão. A experiência inédita mais transformadora da sua vida. Confesso que isso me preocupa um pouco. Não ter tempo para dedicar tanta atenção a ela e me dividir entre os dois. Também me preocupa não comparar um com o outro. Vendo cada conquista da pequena, ficou achando que o Dante vai ter um grau de comparação bem grande e sei que vou ter que me controlar.

De certeza, tenho que momentos como os que vivi ontem na praia serão ainda melhores, que a nossa cama vai ficar pequena daqui a pouco e que vou continuar cansado mais uns 20 anos. 

segunda-feira, 15 de junho de 2015

947 gramas, 29 centímetros

O post vai com duas semanas de atraso, uma vez que o calendário nos avisa que já estamos na semana 28. É sempre muito bom “visitar” o Dante e ver no ultrassom que ele está crescendo direitinho. Há duas semanas fiz a ultra de 26 semanas e já estou na contagem regressiva para a próxima, daqui a 15 dias. Até lá, ele deve ganhar mais peso. Por enquanto, tem 947 gramas e 29 centímetros. E, assim, como a irmã, deve ser bem parecido com o papai!

Chegamos ao terceiro trimestre, reta final dessa viagem. Às vezes parece que o tempo está passando rápido demais; em outras horas me “sinto” grávida (e pesada) há séculos. E dividida entre o querer logo a chegada do bebê ou a torcida para que esses dois meses e pouco passem lentamente, pra dar tempo de preparar tudo o que planejamos para a chegada dele: pintura nova no quarto, organização e lavagem de roupas. A arrumação dos móveis do quarto já está feita: mini-cama da Teresa de um lado, berço do Dante de outro; brinquedos de ambos misturados. E meu profundo desejo de vê-los brincando muito, juntos, em breve. 

Dentro da barriga, a presença do Dante é a cada dia sentida de forma mais intensa. Soluços, pulinhos, mexidas mais bruscas que me acordam no meio da noite. Por enquanto a sensação é mais engraçada do que desagradável. Gerar uma criança é das coisas mais incríveis – ok, e também das mais normais desde o início da humanidade. Mas que privilégio o das mulheres! Saber que existe um serzinho se formando aqui, que a partir de agora ele é capaz de reagir aos sons e aos estímulos de luz, que ele já abre os olhos e que talvez ele até já sonhe com alguma coisa. Toda a complexidade de cérebro, rins, estômago, coluna vertebral, coração, TUDO crescendo aqui.

Filho, espero estar sendo o melhor ambiente possível para o seu crescimento! Já te amo tanto! Ok, eu deveria praticar mais exercício e comer menos brigadeiro, mas assim você já vai provando o lado doce e bom da vida. Aproveita por enquanto aí, pois aqui do lado de fora a marcação com alimentação será serrada. Sua irmã tem quase 2 anos e ainda não sabe o que é chocolate. 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Bate papo

Nessa semana – a vigésima sexta – o boletim do Babycenter me informa que o Dante já pode reconhecer minha voz e que devo conversar com meu filho sempre, já que isso pode ajudar a acalmá-lo daqui três meses.

Bom, sempre conversei com Teresa e ela é uma menina calma, e já estou conversando com o Dante. Não só porque quero um filho calmo, mas adoro bater um papo com a barriga. Está longe de ser um monólogo, vivo esse diálogo diferente, onde as respostas são dadas em pequenos movimentos. Essa é uma sensação gostosa.

Com Teresa, além de um bom papo, colocávamos músicas nos fones de ouvido para nossa pequena curtir em seu ambiente aquático e vendo a paixão dela pela música, tenho certeza que deu certo. Acho que está na hora de fazer isso com o pequeno Dante. Chegou o momento de apresentar belas coisas como Beatles, Radiohead, Smiths e Ramones, afinal, ele terá uma missão dura daqui a pouco e vai precisar de um pouco de punk rock no passeio que fará daqui três meses. 

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Tum, tum, tum

Essa semana, um amigo do trabalho foi a sua primeira ultra. Antes de sair, eu disse que ele iria viver a maior emoção da sua vida: ouvir o coração do seu filho pela primeira vez. Um dia depois, ele, com o sorriso mais sincero no rosto, disse que realmente foi a maior emoção da vida dele, que não estava preparado para isso e confessou que chorou.

Lembro do exato momento que ouvi o coração da Teresa batendo. Foi de surpresa, sem saber que aquilo iria acontecer. Aquele batimento rápido, aquele som, me encheu de vida, esperança, felicidade e lágrimas.

E esses sentimentos me tomaram todas as vezes em que, nas 38 semanas e 5 dias de gestação, pude contemplar o som mas melodioso do mundo. Um som que toma cada célula do seu corpo, que mexe com cada conexão do seu cérebro e provoca em você sentimentos que você não sabia que existiam.

Lembro do primeiro sangramento da mãe e de como o batimento do coração firme de Teresa mostrava que era apenas um susto o que tínhamos passado. Lembro da monitoração dos dias finais, nas salas da emergência da Perinatal e do som que preenchia a sala de parto, antes dela nascer. Foi a última vez que ouvi esse som amplificado, mas confesso que quando estou com saudades, ainda coloco meu ouvi no peito da minha filha para – de olhos fechados – reviver essa deliciosa sensação.

Quando soube do surgimento do Dante, achava que essa sensação seria menor – afinal, já estava preparado e calejado. Mas não funciona assim. Você até sabe o que vai encontrar nas ultras, mas ainda fica tenso antes delas e fica completamente tomado por esse amor incondicional quando sai do consultório, depois de ouvir o som do coração de Dante batendo tão forte quanto o da irmã.

Semana passada, fizemos o ecocardiograma. Está tudo certo com o coração do nosso pequeno. Durante quase 40 minutos, rimos constrangidos das mesmas piadas do médico que fez o exame da Teresa há dois anos, verificamos cada detalhe daquele pequeno músculo que funciona a plena força e nos apaixonamos pela mais bela melodia que a vida pode fornecer. Dentro da barriga da mãe, bate forte o coração de Dante e o som desse coração faz bater forte, aqui fora, o coração desse pai. 

terça-feira, 19 de maio de 2015

Tempo e sorrisos

Vejo a foto que tiramos do alto do Pão de Açúcar e percebo quanto ela transpira a felicidade que minha pequena trouxe. Hoje, espero ela chegar da creche sempre feliz, pronto para o melhor dos sorrisos e o melhor dos abraços. Claro que abri mão de um monte de coisas que queria fazer para estar com ela, mas na verdade, nada é tão importante quando estar com ela e acompanhar seu crescimento. Dane-se se não consigo colocar nada em ordem, essa desordem tem me alegrado tanto. Pai babão diante de suas tiradas, conclusões, canções ou explanações sobre quem são aqueles quatros rapazes atravessando a rua, no pôster do lado da mesa de jantar.

Claro que essa vida cansa. Quando ela não quer dormir como ontem, ou quando ela acorda bem cedo e te pergunta sorrindo se você já acordou. Quando você arruma a sala toda e guarda tudo e, cinco minutos depois, está tudo um caos de novo.

Que venha mais caos. Que venha a falta de tempo para qualquer outra coisa na vida. A gente leva, administra, isso não é um grande problema assim. Vou comer mais em casa, vou ver menos shows, vou participar dos bolões do Oscar sem ver nenhum filme - e mesmo assim ganhar -, vou tentar acompanhar algo no Netflix e não dormir com 5 minutos de exibição, mas tudo bem.

Essas semanas, tenho encontrado tempo para curtir a barriga da mãe se mexendo e de conversar com Dante um pouco mais. Sei que eles serão dois indivíduos diferentes, que terão personalidades próprias, mas torço que ele venha curiosos e feliz como a irmã.

Nos momentos de contemplação, imagino meu menino me consumindo ainda mais que Teresa.  Todos dizem que meninos são mais elétricos, então que venham os choques e com ele os sorrisos como o registrado no domingo. 

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Mãe de dois

Fiquei pensando sobre o que o médico disse no último exame, para curtirmos a gravidez, e em como nos falta tempo para curtir da maneira que gostaríamos.

Não quero ficar aqui me lamentando num blá-blá-blá cheio de culpa, nunca entrei de fato nessa onda, tema tão recorrente na blogosfera materna. Eu ouço muitas pequenas reclamações de amigas mães a esse respeito, sobre como falta tempo na “nova” vida. Concordo com elas, também sinto fata de tempo pra mim e pra gente como casal, a lista de ‘coisas a fazer’ aumenta em progressão geométrica, mas a maternidade é tão mais legal que tudo(!), que não sofro muito com as coisas pendentes, não. A prioridade é sempre a criança! Se sobrar tempo, dá pra arrumar a casa. Se sobrar tempo, a gente lava a louça. Se sobrar tempo, guardo no armário as roupas que a diarista passou na semana passada.

No último domingo foi Dia das Mães. Acordamos e ficamos de preguiça com a baixinha na cama, em momentos de aconchego e risadas que fazem tudo valer a pena e são o verdadeiro presente. E ali, abraçadinha com ela e sentindo os pulinhos dele dentro da barriga, fiquei viajando, pensando nessa passagem de ‘mãe de um’ para ‘mãe de dois’. Imagino que seja mais fácil porque a experiência deve ajudar de alguma forma, mas a dinâmica familiar deve ser totalmente outra, principalmente se não somos a família real inglesa. 

A gente vai dormir menos, o exercício diário de logística tende a ficar mais complexo. Mas não tenho dúvidas de que os próximos dois anos serão repletos de fofurices memoráveis. Mal posso esperar para ver meus dois amores rindo e brincado juntinhos, em meio a brinquedos, lápis e livros espalhados pela casa inteira. 

Notícias do reino da pança

Na semana passada tivemos "visita" à barriga, foi dia de ultrassonografia morfológica, que é um dos exames importantes para ser feito na gravidez. Tudo certo com o Dante, seus 23 centímetros de altura, 520 gramas de peso e feições muuuito parecidas com a Teresa. Ossinhos da coluna, coração, rins, cérebro, estômago, dedinhos dos pés e das mãos, tudo lá, no devido lugar. Recentemente ouvi histórias não felizes de amigos de amigos e estava meio impressionada, então foi um grande alívio ouvir que tudo corre na mais perfeita ordem.

Recebo a notícia, pelos boletins semanais, que o grande acontecimento do momento é o aperfeiçoamento do pâncreas, órgão fundamental para a produção de hormônios. Os primeiros sinais da dentição também já aparecem por baixo da gengiva, embora os dentes mesmo só surjam entre os 4 e 9 meses de idade.

O médico me mandou curtir a gravidez e ficar tranquila. Vamos em frente!

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Salve, moleque!

O tempo está passando, já estamos na semana 23. A barriga da sua mãe está linda e ela continua se superando nessa jornada dupla. Você aí crescendo, ganhando peso, aproveitando o quase sossego do seu mundo aquático – rompidos por alguns chutes descuidados da sua irmã na hora de dormir – e nós aqui na expectativa, na contagem par o fim de agosto chegar e você aparecer por esse lado. A ultra mostrou que você é bem parecido com a sua irmã, será? Espero que essa semelhança não seja apenas física e que você possa curtir esse mundo como sua irmã parece curtir. Não queremos uma cópia xerox, mas torcemos para que seu sorriso nasça todo dia como o dela e que a sua curiosidade pelo mundo seja a mesma que vemos diariamente nos olhos de sua irmã. O que mais desejo, a partir da sua chegada desse lado da barriga, é que você venha com sede pelo mundo e que livros, lápis, desenhos, papéis, brincadeiras, escaladas, escorregas, balanços, quebra-cabeças e perguntas te tornem um ser humano curioso, saudável e feliz. Aproveite dessa alegria constante em querer saber sempre mais da sua irmã e construa seu mundo com o apoio dela. Os chutes são involuntários, algumas brigas entre vocês não serão, mas isso é crescer. Pode ter certeza de que você vai ter uma companheira aqui desse lado e que essa companheira – que adora aprender – vai também aprender a te ensinar. 

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Não me reconheço mais

Tenho meus momentos/lugares de bagunça, mas com a maioria das coisas sou extremamente organizada. Nunca me esqueci de pagar uma conta, não costumo perder coisas, tenho planilhas de controle de gastos, digitalizo todos os recibos de coisas pagas, tenho agenda de compromissos sempre atualizada e sincronizada com outlook e celular, etc. Posso dizer seguramente que estou acima da média da população nesse quesito. Mas agora, em menos de duas semanas, foram tantos pequenos vacilos que eu só posso atribuir a causa aos hormônios em ebulição, que pelo jeito mexem muito com a cabeça da gente.

Perdi minha carteira de motorista não sei onde (alguém encontrou e me contatou pelo Facebook, mas depois não se manifestou mais), esqueci o cartão do banco no caixa eletrônico, paguei a conta de celular duas vezes no mesmo mês, paguei duas vezes a taxa para renovação do passaporte (e para receber o reembolso é uma burocracia sem tamanho), errei meu CPF ao me cadastrar pra comprar os ingressos pras Olimpíadas, abri uma caixa de leite achando que era água de coco...

O que está acontecendo comigo?! Não sou mais a mesma. Já li que a desatenção e o esquecimento são muito comuns durante a gravidez e não se configuram como um problema médico, embora possam ter origem física. Há até pesquisas que sugerem que o tamanho do cérebro da mulher pode ficar alterado no período da gestação. 

Em um desses estudos, um psicólogo da Universidade do Sul da Califórnia descobriu que as mulheres ficam com a função cognitiva prejudicada durante a gestação - elas não conseguem manter memórias de curto prazo e a concentração, e perdem um pouco da capacidade de reter novas informações. Uma outra pesquisa indicou, contudo, que ratas fêmeas que eram mães aprendiam mais rápido e tinham melhor capacidade de resolver problemas do que ratas virgens. Isso quer dizer que, no longo prazo, eu vou sair no lucro!



quarta-feira, 29 de abril de 2015

29/04/2015

20 meses de Teresa fora da barriga.
21 semanas e 3 dias de Dante dentro da barriga.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Carta para Teresa

Há mais de 1 mês eu comecei a escrever o texto abaixo, mas não terminei. Segue aqui, com algumas semanas de atraso.

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Minha querida filha,

Na semana passada você fez 18 meses e eu não me dei conta no dia exato porque no mês de fevereiro deste ano não teve dia 29. Mas isso não é nenhum problema, você mesma puxa o "Parabéns pra você" quase todos os dias, seguindo de "É big, é big, é big! É hora, é hora, é hora! Rá-tim-bum, Tetê, Tetê, Tetê", seguido de "Viva a Tetê!", "Uhu-uhu" e etc.

Você só tem 1 ano e meio, ainda é pequenininha, mas definitivamente já aprendeu que comemorar é uma das melhores coisas da vida. E eu torço sinceramente para que você mantenha essa característica pra sempre. Que continue sendo essa menina alegre, carinhosa, delicada, que veio para ser feliz e encantar a todos com o seu sorriso.

Como o tempo passou rápido...! Ainda me lembro com uma riqueza de detalhes incrível do dia em que nos conhecemos, quando você nasceu (assunto para outro post). Da sua carinha meio amassada, dos olhinhos curiosos, dos vários bocejos. Ficamos todos muitos felizes quando você chegou!

Você mamava bastante, dormia bastante também. Passamos o período todo da minha licença maternidade grudadinhas! A gente passeava quase todos os dias, porque a mamãe aqui nunca foi muito de ficar em casa. Um pulinho no mercado já era um grande acontecimento no meio da nossa tarde. Sessões do Cinematerna, encontros com as amigas que também tinham bebezinhos, almoços com as colegas de trabalho, visitas mensais à pediatra, vacinas.

Você foi crescendo, começou a sentar, comer, engatinhar, falar "pé" (sua primeira palavra!), "mamãe", "papai", "bola", "água". Em seguida veio a fase (que ainda não terminou, ainda bem, porque é muito legal!) de imitar o som emitido pelos bichinhos. Como faz o cachorro? E o gato? O leão, o tigre, a vaquinha, o cavalo, a galinha, o passarinho, a arara (adoro!), o burrinho, o porquinho, a iguana (atualmente minha favorita, com uma muito rápida linguinha sapeca pra fora da boca!), a baleia, o peixinho (glub, glub, glub). Papai é especialmente criativo, inventou barulho inclusive para o camelo.

Quando você completou 1 aninho, nós fizemos uma viagem muito legal pela Califórnia, com seus avós. Foi lá que você começou a ensaiar os primeiros passinhos, ainda segurando em nossas mãos. 1 mês depois você já começou a se aventurar sozinha. E desde então não parou mais! E foi rápido que você passou do andar ainda meio cambaleante à corrida. Treinávamos no chão da sala e passamos a voltar da escola caminhando. De vez em quando você cansava e pedia colo, mas muitas vezes caminhava durante todo o trajeto. Andar firme foi uma meta importante, que te permitiu trocar de escola, pois infelizmente a sua antiga encerrou as atividades.

Te amamentar sempre foi um grande prazer. Eu fiz muita questão de que você mamasse exclusivamente leite materno até 1 ano. Depois disso começaram a rolar umas mamadeiras, o que me deu um descanso e colocou o papai na função noturna de fazer o leite de madrugada e te dar a mamadeira. Com 1 ano e 4 meses você largou meu peito, de uma hora pra outra. Acho que não foi uma simples coincidência, pois quando descobri que estava grávida do seu irmãozinho e fiz as contas, percebi que talvez você tenha parado de mamar exatamente na semana em que eu engravidei. Dizem que muda o gosto do leite, ou o cheiro da mãe, não sei ao certo. Mas fico com a sensação de missão lindamente cumprida. Tenho certeza de que você tem uma saúde muito boa e quase não fica doente por conta da amamentação.

Você normalmente não gosta de dar a mão para andar na rua, o que por vezes é motivo de discórdia. Em ruas movimentadas: ou anda de mãos dadas, ou vai no colo. Não tem muita negociação, mas você ainda não entende o perigo.

Você agora já começa a formar frases. Você já sabe contar até dez e o nome das cores. Já sabe identificar os Beatles (pra extremo orgulho do papai!) e dizer o nome das cidades onde moram os dindos e as avós. E já sabe que, para visitá-los a gente "pega o avião no aeropoto", e que o “avião voa lá no céu”. Já sabe os nomes de todos os bichos de estimação da família e a quem eles pertencem. Já diz o nome de todos os amigos e tias da escola.

Você tem uma gargalhada deliciosa e adora fazer cara de “bicuda” diante do espelho.

Você gosta de dormir mexendo no cotovelo ou na mão da gente e, de pouco tempo pra cá, já verbaliza que quer "beliscá" pra poder pegar no sono. É uma delícia, a não ser quando você está com a unha comprida. Mas aí a gente corta e dá "tchau pra sujeira"! O hábito de beliscar só é um problema quando a mamãe está dirigindo e você no banco de trás, na cadeirinha do carro. 

Às vezes você fala coisas que a gente não entende. Às vezes você pede pra beber água, às vezes "cuco" (querendo suco) ou água de coco. Você gosta (muito) de comer brócolis, milho, tomate, maçã, pera, uva, melancia e panqueca. E tem uma verdadeira paixão crazy alucinada por pão: “Pãozinho, pãozinho!” Eu me preocupo com a sua alimentação e ainda não te dou besteiras pra comer. Até agora tudo corre maravilhosamente bem, você experimenta de tudo e nega bem poucas coisas (mamão e alface não rolam de jeito nenhum!). Espero que você siga se alimentando de forma saudável pro resto da vida, mesmo depois que vier a conhecer os maravilhosos venenos do mundo contemporâneo (frituras, chocolate, refrigerante, etc).

Você adora brincar de esconde-esconde atrás da toalha quando eu estou te secando depois do banho, ou da minha saia, ou da cortina, ou do lençol, ou do sofá.

Você sempre quer mexer no iPad pedindo pra gente ligar pras vovós ou pra ver o vídeo da “minhoca”, do “Tchibum”, da “gotinha”, do “pintinho amarelinho” e, mais recentemente, a música das frutas. Eu e seu pai damos muitas risadas e ficamos com a bendita canção na cabeça: “Amora, amoreira. Tomate, tomateiro, Pitanga, pitangueira. Limão, limoeiro”. E o mais legal é você tentando encaixar todas as outras coisas, frutas ou não, na letra: “Água, agueiro. Melancia, melancieira. Panela, paneleira. Pão, pãozeiro”.

Outra coisa que você pede muito é pra ver o desenho da “Pepa Pig”, mas não foi a mamãe nem o papai quem te apresentou essa porquinha. Em geral a gente diz que ela está dormindo e, pelo menos por enquanto, você acredita.

Você também adora brincar com seus bonecos mascotes olímpicos Tom e Vinícius. Eles moram na sua cama e você fica fazendo eles dormirem e acordarem: “Fecha os olhinhos, Tom. Acorda, Vinícius”.

A gente brinca de ‘dança da laranja’ e de ‘narizinho’, encostando o nariz de uma no da outra e esfregando, como num beijo de esquimó. A gente também monta quebra-cabeça de poucas peças, por enquanto.

Você adora a história d’Os Três Porquinhos! E outra paixão recente são as revistinhas da Turma da Mônica, nas quais você se fixa por longos minutos, de maneira impressionante. Talvez seja super normal, mas a gente fica te achando ainda mais genial por estar “lendo” super concentrada. Você conhece e identifica os personagens principais e fala Mônica de um jeito todo especialmente complicado: “Môncala”.

Você testa a nossa paciência todos os dias, filha, quando decide sair pintando o chão e as paredes da casa, apesar de repetirmos infinitas vezes que só pode "pintar o papel”. Você repete e parece entender, mas a gente desgruda o olho e lá está você com o giz de cera em punho, rabiscando um brinquedo, um livro ou um móvel. Mas você já tem senso de humor e desenhou um bigode na tartaruga. E eu acho isso demais!

Diante da palavra "passear" você vai correndo pra porta de casa e começa a mexer na chave, repetindo "passeá, passeá!"

De vez em quando você joga comida no chão, se recusa a pentear o cabelo, chora pra lavar a cabeça no banho, tira o cinto na cadeirinha do carro, reclama por ter que ficar deitada pra trocar a fralda, mas a gente te ama tanto que nossa paciência cresce junto com você.

Obrigada por ser essa pessoinha doce e carinhosa, que gosta de ficar de preguiça na cama. Uma das melhores coisas da vida é ter sua companhia todas as manhãs, quando a gente acorda. Como é gostoso acordar do seu lado!

Nada melhor do que ouvir você me chamar pra me mostrar alguma coisa ou pra pedir "ajuda" (outra palavra que você repete várias vezes por dia quando não consegue fazer alguma coisa sozinha).

Em breve você vai se tornar irmã mais velha. Imagino que você vá sentir algum ciúme, mas espero que seja carinhosa e tenho certeza de que vai amar profundamente seu irmão Dante.

A vida mudou muito com a sua presença, mudou para o melhor. Ser sua mãe faz todo o sentido, Teresa. Eu não imaginava a forte conexão que teria com você, minha primeira filha, minha pipoquinha, minha fofolete. E eu quero muito curtir plenamente todos os momentos de cada etapa do seu crescimento, principalmente enquanto você é criança, esse tempo mágico, lúdico e precioso.

Eu te amo, filha!

Os movimentos do Dante

Há pouco mais de uma semana senti, pela primeira vez, os movimentos do bebê. É uma sensação totalmente nova e um momento muito especial. Eu me lembro que, na primeira gravidez, fiquei muito angustiada e ansiosa por essa hora, ainda mais com tanta gente perguntando “E aí, já sentiu? Já mexe?” E eu respondia, meio sem graça, “Não, ainda não”.

O “sentir” dá um caráter inteiramente novo para essa relação mãe-e-filho. É uma pena que os homens não possam vivenciar essa experiência. A partir de agora e cada vez com mais intensidade, terei certeza de que está tudo bem lá dentro da minha barriga. Isso porque, até então, a ultrassonografia era o único momento de “visitar” meu filho. Na boa, é bizarro pensar que tem alguém crescendo dentro de você e que, pelo menos até a metade do caminho, tanta coisa tão importante já aconteceu e nenhum sinal externo foi perceptível. Dá vontade de gritar pelo umbigo “Hei, você aí de dentro, dá um sinal de que está aí, vira uma cambalhota pra mamãe, por favor!”.

Depois dos primeiros movimentos, que parecem asinhas de borboleta batendo ou um gás de refrigerante subindo no copo, o mexe-mexe fica mais intenso e mais frequente. Conforme o bebê vai crescendo, a sensação muda, e você começa a sentir trancos e chutes, que vão ficando cada vez mais fortes. O bebê não se mexe o tempo inteiro porque, como todo mundo, tem horas em que ele só quer mesmo é descansar e dormir.

A literatura sobre o tema mostra o que os bebês fazem em cada fase da gravidez:
  • Entre 7 e 8 semanas, os movimentos gerais se iniciam, como viradas de lado e aquilo que parecem sustos.
  • Com cerca de 9 semanas, o bebê já tem soluços, balança uma perna ou um braço por conta própria, consegue chupar e engolir.
  • Com 10 semanas, ele flexiona e vira a cabeça, traz as mãos até o rosto, abre a boca e se estica.
  • Com 11 semanas, a graça é bocejar.
  • Com 14 semanas, o bebê movimenta os olhos.
  • De 20 a 24 semanas, a atividade do bebê vai aumentando gradualmente; a partir de agora, o bebê terá um período mais agitado durante o dia, com muitos chutes e cambalhotas.
  • De 24 a 28 semanas, pode ser que você note agora os soluços, que vão explicar os pulinhos que você vai sentir de vez em quando. O saco amniótico contém até 750 ml de líquido nessa fase, o que permite ao bebê se movimentar bastante. Ele consegue ouvir, por isso você pode perceber que ele reage a barulhos altos.
  • 29 semanas: seu bebê vai começar a fazer movimentos mais definidos e menos bruscos, já que está mais contido pelas paredes da sua barriga.
  • 32 semanas: O nível de atividade chega ao auge. Depois desta semana, você vai notar uma diminuição de movimentos, algo bastante normal devido ao menor espaço dentro do útero para ele se mexer.
  • Cerca de 36 semanas: O bebê pode assumir sua posição definitiva no útero, normalmente de cabeça para baixo. Os principais movimentos que você vai sentir são cotoveladas, chutes e joelhadas  às vezes dolorosos, quando acertam as costelas.
  • De 36 a 40 semanas: Seu bebê vai crescendo e as cambalhotas vão ficando menos frequentes. Se ele estiver chupando o dedo e por acaso o dedo escapar da boca dele, você pode sentir movimentos rápidos da cabecinha virando de um lado para o outro em busca do dedo perdido. Nas últimas duas semanas da gravidez, os movimentos diminuem um pouco, junto com o ritmo de crescimento do bebê. 

Sobre ser mãe de recém-nascido

Gerar um bebê e fazê-lo nascer é, de fato, uma experiência tão avassaladora em tantos aspectos (físico, emocional, psicológico, hormonal…) que durante um tempo a gente se esquece da gente mesmo e passa a viver em função do outro ou, quando já se tem um filho, como é o nosso caso, em função dos outros. Os pequenos prazeres e mesmo as necessidades ficam totalmente em segundo plano. Tudo muda e o que era importante nem sempre é mais.

Agora vivencio de perto a descoberta desse novo mundo por uma amiga bem próxima, recém-mãe, e facilmente me transporto para o passado, relembrando os nossos primeiros dias com a Teresa em casa. Essa amiga me manda fotos do seu filho dormindo, dos detalhes do pezinho que fica mais gorducho a cada semana e eu não me canso de olhar! Pé de bebê deveria estar listado entre as 7 Maravilhas do Mundo. Que coisa mais gostosa!

Não me lembro com exatidão dos detalhes daquela rotina do primeiro mês de vida da Teresa, que continha bem poucas variações entre amamentar muito, segurar para arrotar, trocar fralda e dormir, para em pouco mais de duas horas começar tudo de novo. Era tudo deliciosa e assustadoramente novo e, acreditem, nada tenebroso, como sei que é pra muita gente. Há quem fique traumatizado com a privação do sono, imaginando que nunca mais vai dormir na vida. Mas eu achei tranquilo e, desde então, minha maior crença diante de cada situação envolvendo bebês é que tudo passa, tudo melhora e que vai ficando cada vez mais legal. E com o Dante vai ser tudo novo de novo, mas acho que ainda mais tranquilo. Afinal de contas, a experiência já vivida deve servir pra alguma coisa, né? :-)

Mal posso esperar para ter meu pequeno nos braços, pra passar horas observando cada micro detalhe do seu corpinho, pra vibrar com os primeiros momentos de olhos abertos, pra chorar de emoção com o primeiro sorriso (seja ele reflexo ou não, pouco importa!), pra achar, de novo, tudo o que é tão natural simplesmente o máximo e incrível. 

quinta-feira, 23 de abril de 2015

A metade do caminho

A metade do caminho não significa a metade do carinho, por mais agitada que essa viagem se mostre. Não com Dante, mas com a vida que o cerca. Ainda encontramos momentos de contemplação, mas eles agora são compartilhados com pinturas, leituras, quebra-cabeças, brinquedos, leitinhos e milhões de brincadeiras.

No seu mundo, pelos ultrassons e exames, Dante está crescendo bem e se desenvolvendo. Isso nos acalma. Na terça-feira, senti seus primeiros movimentos – a mãe já estava curtindo isso há pelo menos uma semana. Ontem, de surpresa, enquanto desenhava tulipas verdes e azuis a pedido da Teresa, me surpreendi com o tamanho da barriga da mãe. Está linda!

A próxima ultra inda vai demorar – tinha a impressão que Teresa teve mais ultras. Por enquanto, vejo as imagens do Dante no celular e fico imaginando – entre pinturas, leituras, quebra-cabeças, brinquedos, leitinhos e milhões de brincadeiras – como vai ser o relacionamento desses dois.

Teresa está cada dia mais divertida e interagindo cada vez mais com seus colegas. Minha pequena cantora já sabe que o irmão está na barriga, mas como será quando Dante se concretizar? Não vejo a hora de conhecer essa resposta, mas ainda faltam 20 semanas. Vou ter que esperar, mas na velocidade que o tempo passa e que a barriga cresce, logo as tulipas serão desenhadas a 6 mãos. 

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Não se sinta abandonado

Nesse seu mundo aquático, dentro de sua mãe, não se sinta abandonado. Pode ser que os toques não sejam constantes e que não rolem tantas conversas como você queria, mas isso não significa menos amor.

Você não pode ver, mas eu adoro ficar contemplando seu crescimento daqui de fora. Ver a barriga da sua mãe crescer e ficar dia a dia mais redonda. Ela está linda e, no outro dia, sentiu você se mexer. Ainda não tive essa sorte, mas daqui a pouco você vai estar pulando aí dentro, ficando mais apertado e vou poder viver essa emoção.

Enquanto isso, aproveite bem esse escurinho e esse pequeno sossego. Tente não aprontar como a sua irmã, fique na posição e não brinque com o cordão umbilical. Teremos muitos brinquedos para você aqui fora e tenho certeza de que a nossa sala vai ficar ainda mais bagunçada do que está hoje.

Quando você sair, vamos estar juntos por muito tempo. Por enquanto, não se sinta abandonado, se seu pai está sempre correndo e quase não te dá atenção. Ele se cobra por isso, muitas e muitas vezes. Prometo que vou melhorar nas próximas 20 semanas. Não tem nada melhor que esse papo no umbigo da mamãe. 

terça-feira, 7 de abril de 2015

Nomes em dois tempos

Agora sabemos que vem aí um menino e andamos conversamos sobre nomes. Mais uma vez, Davi e Francisco começaram com força, mas vão sendo deixados de lado – tem muito Davi e Francisco por aí. A mãe queria Heitor, mas eu não gosto. Cícero apareceu e desapareceu rapidamente. Júnior nunca foi considerado e a luta continua. Visitas a sites de nomes, observações de nomes de filhos de amigos, colegas de sala de Teresa, memórias afetivas, etc.

Quem está há um tempo na lista é Dante. Cada vez mais nos apaixonamos pelo nome. Quem sabe essa viagem não termine antes de descermos aos 9 círculos do inferno e nosso pequeno rebento venha homônimo do poeta italiano.

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Bom, nada como um texto abandonado por uma semana. Nesse meio tempo, depois de passeio de pedalinho a três e um jantar a dois com direito a um showzinho logo depois – obrigado vovó por cuidar da pequena – e Dante se fez. Ele foi tomando o espaço das nossas mentes e conquistando pai e mãe. Próxima lição, ensinar Teresa a falar o nome do irmão. Que venha Dante, de agora em diante! Que venha com saúde, porque o resto a gente corre atrás e amor, com certeza, não vai faltar. 

Uma verdade sobre o mundo materno

Você sabe que o bebê está respirando, mas mesmo assim vai até lá pra conferir.

18 semanas e Banda do Mar

O tempo tá voaaaando. Recebo o boletim da gravidez informando que nesta semana começa oficialmente o quinto mês de gestação. Uaaau, já?! O Dante (!) deve estar com aproximadamente 15 centímetros de comprimento se medido do alto da cabeça até o bumbum, e já é capaz de sentir e ouvir. Claro que agora tudo o que ele consegue ouvir é a batida do meu coração e os sons produzidos pelo meu sistema digestivo, mas, em breve, vai identificar também barulhos fora do útero e a sua voz. E aí o mundo vai ficando bem mais interessante!

No último fim de semana, relembramos os velhos e românticos tempos de namoro e fomos a mais um show no Circo Voador. Desta vez, Banda do Mar. Mais pelo gosto da mãe do que do pai, que fez um pequeno esforço para ‘suportar’ a falta de voz e de presença de placo da moça cantora. Eu acho que ele curtiu a noite, embalado por pelo trio Marcelo Camelo, Mallu Magalhães e Fred Ferreira.







quinta-feira, 2 de abril de 2015

É um menino

E a notícia nos deixou muito felizes. Eu já tinha dito que era minha torcida particular. Um garotinho pra completar nossa família. Espero que a Teresa seja tão apaixonada pelo irmão dela quanto eu sou pelo meu. Claro que se fosse uma menina também seria sensacional, duas meninas, irmãs, companheiras, amigas, parceiras. Mas eu torci tanto para que menino fosse e menino é. :-)

Por outro lado, dá um certo medinho. Eu sempre achei que a maioria dos meninos tem uma coisa bruta, mesmo na hora das brincadeiras, que é muuuuito diferente de mim. Mas eu vou aprender e espero me sair bem entre lutas de super heróis e jogos de bola – logo eu, um zero à esquerda no quesito das práticas esportivas.

O debate sobre os nomes prossegue. Opções diferentes surgem de tempos em tempos, vetadas por uma parte ou outra. Eu estava muito empolgada com Inácio, mas o pai não curte tanto. O nome do momento é Dante. Eu tenho gostado dele mais a cada dia e já fico me imaginando gritando pela casa “Teresa, chama o Dante para almoçar” ou “Dante, ajuda a Teresa a guardar os brinquedos”. Sei que não é uma unanimidade mas tenho certeza de que com o tempo todo mundo vai acabar simpatizando.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Você vai ter um menino!

Engraçado. Todo mundo quer saber como é a sensação de saber que você vai ser pai de um menino. Acho que é a questão de perpetuar seu sobrenome, de ter um herdeiro, alguém que levará seus genes para o futuro. Sei lá, tem um peso especial para as pessoas – pelo menos na minha opinião.

Nessas duas semanas de conhecimento, "menino" vem sempre acompanhado de uma grande exclamação. Não sei se no meu caso é porque já tenho uma menina e isso encerra o ciclo do casal, que, aparentemente, tem um grande valor para a sociedade.

Bom, vou ter um menino e é legal pra cacete, mas posso garantir – sem tentar ser politicamente correto – que é tão legal quanto saber que Teresa teria uma irmã. Esse ano e meio como pai de menina tem sido tão sensacional que não me importava com o sexo do futuro rebento.

Menino me dá um certo medo de andar pelo desconhecido, mas seria andar pelo desconhecido no caso de uma menina, afinal, são seres diferentes e o caminho conhecido pode não ser o mais certo nessa segunda viagem.

Bom, não me sinto mais pica ou mais homem por conseguir produzir um menino. Não me sinto mais completo com isso. Me sinto tão feliz como no dia que soube que seria pai mais uma vez. A grande vantagem de saber que terei um menino é limitar a escolha dos nomes a metade. 

terça-feira, 17 de março de 2015

Um lanchinho

A estreia do programa novo tornou a vida ainda mais agitada e, com isso, a atenção para a barriga vai sendo dada nos raros momentos livres de contemplação.

Chegamos à semana quinze e nosso pequeno zigoto cresce bem, já aprendendo a respirar e provando com a ajuda da mãe sanduíches de pato com mostarda e mel, e cachorro quente de linguiça de cordeiro com dois queijos, mostarda e geleia de framboesa. Gostamos de brincar com nosso paladar e dizem que as crianças aprendem desde essa semana, então, bem apropriado comemorar esse pequeno passo da evolução com um jantar diferente e uma taça de vinho. Há dois anos isso deu bem certo e hoje nossa filha ataca tudo o que vem pela frente; nada melhor – e mais saboroso – que educar nosso próximo filho da mesma maneira.

O informativo das semanas disse que os órgãos genitais externos podem estar desenvolvidos o suficiente para ser distinguidos pelo ultrassom. A nossa próxima está marcada para o dia 23. Aí, esperamos chamar nosso filho pelo gênero – por mais antigo que isso pareça –, já que pelo nome ainda vai demorar um pouco.

terça-feira, 10 de março de 2015

Leva um agasalho!

Tá frio! Coloca um agasalho! Esse é o conselho de toda a mãe para seu filho. Quando a gente é o ouvinte, acha sempre um exagero e não leva coisa nenhuma, só que quando passamos para a outro lado e assumimos o papel de mensageiro é que entendemos porque todas as mães falam isso. É o poder do zelo. Algo marcado no subconsciente.

E não importa a idade. Semana passada, minha avó de 80 anos viu a foto da minha mãe na neve e mandou WhatsApp: “Coloca o agasalho, filha! Tá frio". São 80 anos falando a mesma coisa. A mesma frase que minha mãe falou para mim e que eu, ou a mãe, vamos falar para nossos filhos. Não tem como.

Parece que isso se deu quando o homem matou seu primeiro tigre dente de sabre. Com a sobra da pele do animal, a mãe neandertal cobriu seu filho e aí nasceu esse traço de personalidade que permeia todos os 7 bilhões de humanos. E não importa se é no frio ártico com os esquimós ou no desértico Saara, sempre vai ter uma mãe pedindo para seu filho colocar o maldito agasalho, que à noite vai esfriar.

Por esse impulso quase natural, me pego arrumando a mochila de Teresa para a creche todo dia e colocando sempre uma calça e um agasalho, afinal, o tempo sempre pode mudar. Não importa que, conscientemente, eu tenha a clara visão que uma mudança de tempo no Rio de Janeiro signifique cair de 40 para 25 graus a temperatura no verão, e que em apenas duas semanas do ano esse agasalho se justifique na mochila – semanas que Teresa já sairá de casa com ele.

E com a chegada do segundo filho isso não vai melhorar. Será apenas mais uma mochila sendo arrumada com mais um casaco inútil. Não tem como, por mais que meu consciente brigue por esse espaço preenchido na mochila, não consigo tirar o casaco de lá e, sempre que o tempo muda, mesmo estando 35 graus na chuva, penso que deveria ligar para a creche e pedir para a Teresa colocar o casaco. 

Apaixonada pela Teresa

Um dos meus medos é o de não amar tanto o segundo(a) filho (a) tanto quanto amo a Teresa. Não sou a primeira nem a última mãe de segunda viagem a experimentar esse sentimento. Mas fico tranquila porque todas as amigas mães de mais de 1 me garantem que vai sobrar amor. Digo isso porque tenho estado especialmente encantada/apaixonada pela Teresa. É a melhor coisa do mundo acompanhar minha menina crescendo, virando gente, tendo seus próprios raciocínios e descobrindo o mundo no seu ritmo próprio.

A cada descoberta, vejo no rostinho dela expressões que nunca tinha encontrado antes. Estudo com calma e com uma admiração profunda cada "ruguinha" dos seus olhos quando ela sorri ao encontrar uma formiga carregando uma folha ou uma simples florzinha amarela no meio do canteiro. No auge do seu 1 ano e meio, já dá pra constatar que ela é muito observadora. E eu acho que isso é uma dádiva rara e bela nos tempos frenéticos em que vivemos.

No chão da garagem tem uma marca de tinta branca em forma de círculo. Todas - eu disse todas! - as vezes em que a Teresa passa por lá, ela exclama com a mesma animação "A bola! Cadê a bola? Achei a bola!" e se diverte por alguns segundos – às vezes minutos - pisando em cima, dando pulinhos. De vem em quando já estamos perto do carro, ela sai correndo pra voltar pra tal bola, cuja existência, antes de ela perceber, eu nunca tinha notado.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Eu quero (muito!) saber o sexo

Mesmo antes de engravidar pela segunda vez, eu já simpatizava bastante com a ideia de só saber o sexo no momento do nascimento. Achava que o quesito surpresa daria uma emoção maior ao momento, seria a chance de reviver a experiência das nossas mães e mais um monte de outras coisas que faziam total sentido pra mim. Mas mudei de ideia. Tenho esse direito, não? Há alguns poucos dias abandonei definitivamente esse raciocínio, para alegria do pai e de todos os outros que nos cercam. Na semana passada cheguei a investigar se o plano de saúde não cobriria o tal exame de sexagem fetal, depois de ter ouvido alguém comentar sobre o assunto. Não, não cobre. Tudo bem, se eu fosse a dona do plano, também não cobriria. Custa R$ 500 e é totalmente eletivo, quase uma frescura. Ainda não me permito desembolsar essa grana de bobeira. Terei que aguentar até o dia 23 de março. Mais duas semanas de especulação. Haja coração!

Palpite? Não arrisco. O pai tem quase certeza de que é uma menina. Como eu achava que a Teresa era um menino, nem me concentro pra tentar achar qualquer coisa, já que meu super feeling materno se provou totalmente equivocado. Há uma torcida dentro de mim para que seja um menino, pois seria legal ter um casal. Eu tenho um irmão por quem sou completamente apaixonada e curti demais a experiência. Por outro lado, se for menina, certamente será super companheira pra Teresa; já facilmente imagino as duas brincando no quarto delas, penteando bonequinhas, cozinhando comidinhas imaginárias em panelinhas. No fundo é tudo muito legal!

E, em relação aos nomes, demos um tempo no assunto, apesar de todo mundo perguntar sempre sobre isso...! Acho que vamos deixar para decidir só quando soubermos o sexo. Aí a gente já foca as energias no gênero certo. Em breve saberemos, enfim, quem tá crescendo aqui dentro da minha barriga.  

Sobre aborto (dos outros)

O assunto não é exatamente o foco desse blog, mas vale registrar os pensamentos que nos acompanham.

Há algumas semanas rolou nas redes sociais uma campanha contra o aborto, em que muitas mães e grávidas postaram fotos exibindo suas belas barrigas. Eu não participei do movimento simplesmente porque não quero me meter na vida dos outros (no caso, das outras) e por ser a favor da legalização do aborto.

Defendo que as escolhas das mulheres devem ser respeitadas, sejam elas quais forem. E, definitivamente, não quero que ninguém morra por conta das escolhas feitas nem que seja presa sob a justificativa de que estão matando fetos que estão dentro dos seus úteros. Além disso, é um pouco ingênuo da nossa parte imaginar que as mulheres que hoje arriscam a vida e a liberdade para fazer um aborto ilegal vão desistir da ideia porque um bando de grávidas lindas publicou suas belas fotos no Facebook e no Instagram.

Uma amiga postou o seguinte depoimento, do qual eu me aproprio: "Da mesma forma que eu defendo esse desejo soberano de ser mãe, eu também defendo o desejo soberano, legítimo e completamente inquestionável de não querer ser a mãe de alguém".

O debate é acalorado, mas pra mim é simples assim: se você é contra o aborto, não faça!

quinta-feira, 5 de março de 2015

O fim do enjoo!

Pobre segundo filho, já é esperado com uma quantidade menor de posts. Mas tudo bem, se da primeira vez ficávamos horas divagando sobre como seria ter uma criança em casa, agora "é pra valer": a Teresa está lá, cheia de energia e de vontade de pintar, cantar e passear. E ainda bem que é assim!

Já chegamos a 13 semanas e agora está tudo bem, mas vivi um período complicado entre a 10a a 13a semanas, de muuuito enjoo. Não me lembro de ter me sentido assim na gravidez da Teresa. Uma coisa inexplicável e muito chata. Um "nojinho" constante, durante todo o dia e toda a noite. Vontade zero de comer... Logo eu, que aprecio tanto os prazeres da gastronomia. O resultado veio na balança: na última consulta com a obstetra, ela verificou que emagreci 1,5kg no último mês. A perda de peso não preocupa, na verdade me dá até um certo alívio, sabendo que tenho aí uma boa margem de segurança para as próximas etapas dessa barriga que vai crescer tanto ainda. :-)

Agora, passada a fase de enjoo/sono/cansaço, começa a melhor parte! Me sinto disposta e com energia. Ufa! Essa história de fabricar coluna, ossos, coração, rim e impressões digitais deixa as grávidas esgotadas...!

segunda-feira, 2 de março de 2015

Os boletins semanais

Na primeira gestação, aguardava cada um deles com muita atenção. Como será que nossa menina crescia? O que viria pela frente? Passava horas contemplando o crescimento lento da barriga da mãe e me perdia em pensamentos. Os boletins me traziam informações novas, que estimulavam minha imaginação e me faziam entrar em contato com esse mundo subaquático que a pequena Teresa habitava.

Agora, fico feliz quando minha caixa de correio traz uma nova história e consigo ler – como nessa hora do almoço. Essa décima terceira semana chega com o pai sabendo que “o útero já cresceu o suficiente para deixar claro que aquela nova barriguinha é mesmo de gravidez. Mesmo assim, seu bebê ainda é bem pequeno, mais ou menos do tamanho de meia banana". 

Apesar disso, se pudesse enxergar dentro do útero agora, eu veria um bebê formado, até com impressões digitais nos dedos. Bom saber que esta nova fase da gravidez é mais tranquila, afinal a parte mais difícil de desenvolvimento do bebê ficou para trás. Bom saber que os enjoos da mãe vão diminuir e bom saber que a coisa continua correndo bem.

Lendo, me toquei que não estou curtindo essa barriga – que já desponta linda em casa – da maneira que gostaria. Entre lápis, pinturas, bonecos, cama nova, brinquedos, leitura de livros, gibis, mamadeiras, banhos, fraldas e naninhas – muitas vezes minhas antes de Teresa –, não me perdi no simples ato da observação. Não tenho mais tempo para ser voyeur. De vez enquanto, no meio do furacão, vejo essa bela barriguinha despontar e sorrio feliz – uns segundos depois, envolto na tranquilidade do olho da tempestade, entro em desespero com o pensamento: como será que vai ser com dois?

Bom, isso logo passa. Com dois, vai ser pelo menos duas vezes mais caótico e duas vezes mais legal. Dormindo na cama do lado da Teresa nesse sábado, me peguei cheio de vontade de que o berço se encha mais uma vez. E que logo cheguem o beliche, as prateleiras do chão ao teto, as bancadas de estudos e, principalmente, o companheirismo que só irmãos têm.

Enquanto isso, vou aproveitando os pequenos momentos de contemplação e torcendo para que esse descaso por falta de tempo não cause nenhum trauma ao irmão de Teresa. E que no futuro, ele não use o que venho escrevendo para me condenar como pai, ou que essas linhas não provoquem os anos de análise que terei que pagar ao meu segundo filho.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

12 semanas

Está tudo bem por ali. Fizemos a translucência nucal e tudo está como deveria estar. Não sabemos se é menino ou menina, mas isso não é tão importante ainda, o fundamental é que nosso pequeno embrião está se desenvolvendo bem, crescendo, se movimentando, com batimentos acelerados e parâmetros e medidas corretas.

Lembro quando fizemos esse exame pela primeira vez e descobrimos que Teresa seria uma menina. Lembro da tensão em ver o osso nasal, a membrana, o fêmur, etc. Lembro também que foi a primeira vez que vimos Teresa como um bebê. Ela tinha deixado de ser o girino das outras ultras para se tornar o nosso bebê.

Bom, posso garantir que o nervosismo foi bem parecido. Que olhos de pai e mãe se direcionaram para o nariz do nosso pequeno filho e que o suspiro de felicidade ao ouvir que tudo estava bem foi tão profundo quanto da primeira vez.

Também foi tão emocionante ver esse pequeno bebê por completo, em 3D, que assim com o a irmã, parece ter o costume de ficar com a mão na frente do rosto. Em 38 semanas e 5 dias, não vimos o rosto da Teresa no 3D, nenhuma vez. Ela sempre estava com as mãos na frente. Lembro de ver as ultras antes das nossas ainda na tela do médico e os rostos de todos os outros bebês. Teresa, nada!

Pelo jeito, vamos embarcar nessa de novo. Nada de rosto até o fim da gestação. Bom, se for como na primeira vez, que tudo se repita e que, no fim dessa viagem, a gente recebe o mesmo presente que recebemos há quase dois anos.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Com um filho:

- Escolho um artigo da Pauí para ler.
Sem filho, lia toda a revista.
- Consigo, no máximo, ler um livro por mês, principalmente na sala de espera do dentista ou do médico.
Sem filho, eram vários em qualquer lugar.
Sair de casa é uma grande aventura, sempre leva mais de uma hora e nunca com menos de duas bolsas cheias de brinquedos, comida, água, leite, frutas, fraldas, mudas de roupas, etc.
Sem filho, era pegar a carteira e sair, isso quando não saia sem ela.
- Vejo no máximo um seriado de 1h em 3 partes e durmo em todas elas.
Sem filho, cinema pelo menos 3 vezes por semana.
- O último filme do Oscar que vi foi em 2013.
Sem filho, via tudo antes da premiação.
- Comer fora é uma grande aventura, aprendi a comer com uma mão.
Sem filho, era uma delícia conhecer vários restaurantes em jantarzinhos românticos.
- Todo espaço da casa tem um brinquedo pelo chão.
Sem filho, tropeçava de bêbado algumas noites.
- Fraldas tomam cada centímetro da parte de cima do armário.
Sem filho, eram DVDs e CDs que se acumulavam.
- Acordo pelo menos uma vez por noite para preparar uma mamadeira.
Antes, acordava só lá pelo meio-dia.

O que vem por ai?


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Comentário posterior, feito pela mãe, em complemento ao post do pai:

Faltou dizer aí em cima que, com filho, temos a garantia de dar vários sorrisos por dia. Todos os dias. :-)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

10 semanas e nomes

Chegamos a ¼ do caminho. Passou mais rápido que da primeira vez. Com certeza é porque nosso tempo livre está bem menor. Por enquanto, a barriga já mudou, a mãe enjoa e sente mais sono que o normal – só que a pequena Teresa não está nem aí para isso.

E entre pinturas e tentativas – algumas frustradas – de portas e chão sem rabiscos, começamos a conversar sobre nomes. Davi e Francisco continuam na lista de meninos, que não apresentou nada muito diferente. Aldo pintou, mas nada com muita força. Vamos ver o que vem por aqui.

Já menina, Beatrice vai perdendo força. Ontem, apareceu o nome de Carmem. Gostamos. Achamos que combina com Teresa.  É forte, antigo, bem do jeito que os pais gostam.

Pesquisando pela rede, descobri que significa “pensamento do espírito divino”, “canto”, “poema” ou “influência oculta e mágica”. Carmem tem origem na onomatopeia antiga Ja-er-men, que quer dizer “luz, inspiração” e posteriormente foi atribuído o significado de “pensamento do espírito divino” e tem o mesmo significado de Carmenta, nome da ninfa das águas romana, conhecida como profetisa da Arcádia e amada de Mercúrio que pressentia em forma de versos. Por isso, Carmena e Carmenta podem significar “aquela que profetiza em forma de versos”.

Algumas fontes relacionam a origem do nome Carmem a carmen, uma palavra antiga vinda do latim que é aplicada a tudo aquilo que é manifestado em ritmo e pode ser vista com o significado de “canto, canção ou poema”. Ela tem a mesma raiz da palavra "charme" e o termo também estava associado às encantações mágicas e também quer dizer “influência oculta e mágica”.

Já que pesquisei Carmem, também fui atrás de Teresa e descobri que Teresa é um nome de origem obscura, que possivelmente surgiu através do grego Therasia, que significa “natural de Tera”, onde Tera é o nome de uma ilha grega antiga que deriva do grego ther, que quer dizer “animal selvagem”. Ainda há autores que defendem que Teresa deriva do grego therizo, que quer dizer “colher” ou ainda de theros, que significa “verão”.

Sendo sincero, o significado não vai ter influência. Ainda temos tempo para saber se nosso embrião realmente vai virar Davi, Francisco, Carmem ou Beatrice. Como disse aí em cima, chegamos só a ¼ do caminho, mas se for como da primeira vez, quando escolhemos Teresa bem  no começo da gestação, daqui 30 semanas, quando descobrimos o sexo, devemos uma nova Carmem na família. 

E a aventura começa novamente

Definitivamente o dom da palavra é do pai. Eu, a mãe, me encanto lendo por aqui o que ele escreve. Enquanto a minha barriga cresce aos pouquinhos, me sinto privilegiada em acompanhar a "gestação" desse blog.

A nossa primeira viagem de 40 semanas (ou 38 semanas e 5 dias inesquecíveis), que terminou há quase um ano e meio, foi só o começo de uma viagem beeeem maior. Pouco depois que a Teresa nasceu, eu escrevi um texto sobre o dia do parto, momento tão especial e marcante. Não cheguei a postá-lo aqui, mas está entre as minhas "promessas-de-ano-novo" fazê-lo assim que o computador estiver consertado.

Essa nova gravidez bate de um jeito diferente, sem tanto tempo para contemplações e pensamentos elaborados, mas muito querida. A vida se apressa, a gente se divide entre as tarefas que preenchem o dia e, na hora de dormir, o sono me vence antes mesmo de conseguir abrir um livro pra ler dois parágrafos.

O pensamento que me consome em torno da gravidez diz respeito a um desejo profundo de que dê tudo certo, exatamente como foi da primeira vez. Que não nos falte saúde, que não aconteçam intercorrências e que o parto - o "grand-finale" desta etapa "indoor" - seja igualmente tranquilo, calmo e emocionante como foi a chegada da Teresa. Segundo a obstetra que novamente nos acompanha, em geral os segundos partos são mais fáceis e rápidos. Tenho que tomar cuidado, portanto, pra não parir no carro, a caminho da maternidade!

Se o tema "parto" já me encantava durante a outra gravidez, agora tenho me dedicado a ler ainda mais sobre o assunto. Outro dia, conversando com uma amiga, ela estranhou meu interesse, argumentado que eu "já sabia tudo o que ia acontecer". De fato há um certo grau de segurança em não ser mais principiante. Desta vez, tenho certeza, por exemplo, de que saberei identificar as contrações, mas confesso que não há menos tensão envolvida.

A plena confiança na médica também me tranquiliza e me faz desejar o repeteco de um parto normal hospitalar. Essa história de ter filho na banheira de casa é muito bonita e até poética, mas eu não banco. Respeito as escolhas de todo mundo, afinal, nada mais pessoal do que a própria pessoa decidir como quer ter seu filho. Mas torço para que todas possam fazer essa opção a partir de muita informação recebida.