sexta-feira, 24 de abril de 2015

Carta para Teresa

Há mais de 1 mês eu comecei a escrever o texto abaixo, mas não terminei. Segue aqui, com algumas semanas de atraso.

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Minha querida filha,

Na semana passada você fez 18 meses e eu não me dei conta no dia exato porque no mês de fevereiro deste ano não teve dia 29. Mas isso não é nenhum problema, você mesma puxa o "Parabéns pra você" quase todos os dias, seguindo de "É big, é big, é big! É hora, é hora, é hora! Rá-tim-bum, Tetê, Tetê, Tetê", seguido de "Viva a Tetê!", "Uhu-uhu" e etc.

Você só tem 1 ano e meio, ainda é pequenininha, mas definitivamente já aprendeu que comemorar é uma das melhores coisas da vida. E eu torço sinceramente para que você mantenha essa característica pra sempre. Que continue sendo essa menina alegre, carinhosa, delicada, que veio para ser feliz e encantar a todos com o seu sorriso.

Como o tempo passou rápido...! Ainda me lembro com uma riqueza de detalhes incrível do dia em que nos conhecemos, quando você nasceu (assunto para outro post). Da sua carinha meio amassada, dos olhinhos curiosos, dos vários bocejos. Ficamos todos muitos felizes quando você chegou!

Você mamava bastante, dormia bastante também. Passamos o período todo da minha licença maternidade grudadinhas! A gente passeava quase todos os dias, porque a mamãe aqui nunca foi muito de ficar em casa. Um pulinho no mercado já era um grande acontecimento no meio da nossa tarde. Sessões do Cinematerna, encontros com as amigas que também tinham bebezinhos, almoços com as colegas de trabalho, visitas mensais à pediatra, vacinas.

Você foi crescendo, começou a sentar, comer, engatinhar, falar "pé" (sua primeira palavra!), "mamãe", "papai", "bola", "água". Em seguida veio a fase (que ainda não terminou, ainda bem, porque é muito legal!) de imitar o som emitido pelos bichinhos. Como faz o cachorro? E o gato? O leão, o tigre, a vaquinha, o cavalo, a galinha, o passarinho, a arara (adoro!), o burrinho, o porquinho, a iguana (atualmente minha favorita, com uma muito rápida linguinha sapeca pra fora da boca!), a baleia, o peixinho (glub, glub, glub). Papai é especialmente criativo, inventou barulho inclusive para o camelo.

Quando você completou 1 aninho, nós fizemos uma viagem muito legal pela Califórnia, com seus avós. Foi lá que você começou a ensaiar os primeiros passinhos, ainda segurando em nossas mãos. 1 mês depois você já começou a se aventurar sozinha. E desde então não parou mais! E foi rápido que você passou do andar ainda meio cambaleante à corrida. Treinávamos no chão da sala e passamos a voltar da escola caminhando. De vez em quando você cansava e pedia colo, mas muitas vezes caminhava durante todo o trajeto. Andar firme foi uma meta importante, que te permitiu trocar de escola, pois infelizmente a sua antiga encerrou as atividades.

Te amamentar sempre foi um grande prazer. Eu fiz muita questão de que você mamasse exclusivamente leite materno até 1 ano. Depois disso começaram a rolar umas mamadeiras, o que me deu um descanso e colocou o papai na função noturna de fazer o leite de madrugada e te dar a mamadeira. Com 1 ano e 4 meses você largou meu peito, de uma hora pra outra. Acho que não foi uma simples coincidência, pois quando descobri que estava grávida do seu irmãozinho e fiz as contas, percebi que talvez você tenha parado de mamar exatamente na semana em que eu engravidei. Dizem que muda o gosto do leite, ou o cheiro da mãe, não sei ao certo. Mas fico com a sensação de missão lindamente cumprida. Tenho certeza de que você tem uma saúde muito boa e quase não fica doente por conta da amamentação.

Você normalmente não gosta de dar a mão para andar na rua, o que por vezes é motivo de discórdia. Em ruas movimentadas: ou anda de mãos dadas, ou vai no colo. Não tem muita negociação, mas você ainda não entende o perigo.

Você agora já começa a formar frases. Você já sabe contar até dez e o nome das cores. Já sabe identificar os Beatles (pra extremo orgulho do papai!) e dizer o nome das cidades onde moram os dindos e as avós. E já sabe que, para visitá-los a gente "pega o avião no aeropoto", e que o “avião voa lá no céu”. Já sabe os nomes de todos os bichos de estimação da família e a quem eles pertencem. Já diz o nome de todos os amigos e tias da escola.

Você tem uma gargalhada deliciosa e adora fazer cara de “bicuda” diante do espelho.

Você gosta de dormir mexendo no cotovelo ou na mão da gente e, de pouco tempo pra cá, já verbaliza que quer "beliscá" pra poder pegar no sono. É uma delícia, a não ser quando você está com a unha comprida. Mas aí a gente corta e dá "tchau pra sujeira"! O hábito de beliscar só é um problema quando a mamãe está dirigindo e você no banco de trás, na cadeirinha do carro. 

Às vezes você fala coisas que a gente não entende. Às vezes você pede pra beber água, às vezes "cuco" (querendo suco) ou água de coco. Você gosta (muito) de comer brócolis, milho, tomate, maçã, pera, uva, melancia e panqueca. E tem uma verdadeira paixão crazy alucinada por pão: “Pãozinho, pãozinho!” Eu me preocupo com a sua alimentação e ainda não te dou besteiras pra comer. Até agora tudo corre maravilhosamente bem, você experimenta de tudo e nega bem poucas coisas (mamão e alface não rolam de jeito nenhum!). Espero que você siga se alimentando de forma saudável pro resto da vida, mesmo depois que vier a conhecer os maravilhosos venenos do mundo contemporâneo (frituras, chocolate, refrigerante, etc).

Você adora brincar de esconde-esconde atrás da toalha quando eu estou te secando depois do banho, ou da minha saia, ou da cortina, ou do lençol, ou do sofá.

Você sempre quer mexer no iPad pedindo pra gente ligar pras vovós ou pra ver o vídeo da “minhoca”, do “Tchibum”, da “gotinha”, do “pintinho amarelinho” e, mais recentemente, a música das frutas. Eu e seu pai damos muitas risadas e ficamos com a bendita canção na cabeça: “Amora, amoreira. Tomate, tomateiro, Pitanga, pitangueira. Limão, limoeiro”. E o mais legal é você tentando encaixar todas as outras coisas, frutas ou não, na letra: “Água, agueiro. Melancia, melancieira. Panela, paneleira. Pão, pãozeiro”.

Outra coisa que você pede muito é pra ver o desenho da “Pepa Pig”, mas não foi a mamãe nem o papai quem te apresentou essa porquinha. Em geral a gente diz que ela está dormindo e, pelo menos por enquanto, você acredita.

Você também adora brincar com seus bonecos mascotes olímpicos Tom e Vinícius. Eles moram na sua cama e você fica fazendo eles dormirem e acordarem: “Fecha os olhinhos, Tom. Acorda, Vinícius”.

A gente brinca de ‘dança da laranja’ e de ‘narizinho’, encostando o nariz de uma no da outra e esfregando, como num beijo de esquimó. A gente também monta quebra-cabeça de poucas peças, por enquanto.

Você adora a história d’Os Três Porquinhos! E outra paixão recente são as revistinhas da Turma da Mônica, nas quais você se fixa por longos minutos, de maneira impressionante. Talvez seja super normal, mas a gente fica te achando ainda mais genial por estar “lendo” super concentrada. Você conhece e identifica os personagens principais e fala Mônica de um jeito todo especialmente complicado: “Môncala”.

Você testa a nossa paciência todos os dias, filha, quando decide sair pintando o chão e as paredes da casa, apesar de repetirmos infinitas vezes que só pode "pintar o papel”. Você repete e parece entender, mas a gente desgruda o olho e lá está você com o giz de cera em punho, rabiscando um brinquedo, um livro ou um móvel. Mas você já tem senso de humor e desenhou um bigode na tartaruga. E eu acho isso demais!

Diante da palavra "passear" você vai correndo pra porta de casa e começa a mexer na chave, repetindo "passeá, passeá!"

De vez em quando você joga comida no chão, se recusa a pentear o cabelo, chora pra lavar a cabeça no banho, tira o cinto na cadeirinha do carro, reclama por ter que ficar deitada pra trocar a fralda, mas a gente te ama tanto que nossa paciência cresce junto com você.

Obrigada por ser essa pessoinha doce e carinhosa, que gosta de ficar de preguiça na cama. Uma das melhores coisas da vida é ter sua companhia todas as manhãs, quando a gente acorda. Como é gostoso acordar do seu lado!

Nada melhor do que ouvir você me chamar pra me mostrar alguma coisa ou pra pedir "ajuda" (outra palavra que você repete várias vezes por dia quando não consegue fazer alguma coisa sozinha).

Em breve você vai se tornar irmã mais velha. Imagino que você vá sentir algum ciúme, mas espero que seja carinhosa e tenho certeza de que vai amar profundamente seu irmão Dante.

A vida mudou muito com a sua presença, mudou para o melhor. Ser sua mãe faz todo o sentido, Teresa. Eu não imaginava a forte conexão que teria com você, minha primeira filha, minha pipoquinha, minha fofolete. E eu quero muito curtir plenamente todos os momentos de cada etapa do seu crescimento, principalmente enquanto você é criança, esse tempo mágico, lúdico e precioso.

Eu te amo, filha!

Um comentário:

  1. Que lindo, cunhada! O blog está ótimo! Parabéns!!
    Contando os dias para conhecer Dante fora da barriga! =D

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