quarta-feira, 31 de julho de 2013

Medo

A semana passou rápida e sem nenhum post. Fruto de um pouco de ócio por parte dos pais, mas de muito trabalho para a chegada de Teresa. Roupas lavadas, um monte de mini-coisas ocupando os varais da casa. Panos, lençóis, mantas e mais uma porrada de camisetinhas, vestidinhos, bodys, etc. Coisa rosas, vermelhas, verdes, amarelas, pretas, cinzas, azuis, brancas, enchendo a casa ainda mais de cores. O quarto já está mais arrumado, com parte das fraldas ocupando a parte de cima do armário. O Van Gogh já chegou e vai fazer parceria com a parede roxa.

As coisas vão entrando em ordem e você vai tendo mais certeza de que está chegando. A barriga da mãe está a cada dia maior. Teresa continua se mexendo e amanhã tem ultra. Tudo tranquilo. Tranquilo? Pra quem? Cada dia vai chegando mais perto e vai dando um medo. Será que vou conseguir dar conta do que vem pela frente? Sei lá, deveria estar mais calmo com o tempo, mas não estou. Acho que é natural. Teresa mexeu comigo desde o primeiro dia e sua presença, cada dia mais forte, desperta algumas inseguranças.

Não tenho a fórmula secreta e acho que a gente vai aprendendo com o dia a dia, mas ter a formação de alguém na sua mão é uma grande responsabilidade, ainda mais na minha. Penso nas burradas que fiz e em como evitar isso, penso que ela fará um monte de burradas e que não sei como vou reagir a isso. Caminho longo. Não sei se comecei tarde, se terei disposição, em como estarei quando ela tiver 20 anos. Confesso que o sono já foi faz tempo, que o frio tomou conta da barriga (e precisa ser uma grande frente fria polar para gelar isso tudo!) e que tem horas que fico me perguntando: como meus pais conseguiram?

Bom, espero ter muito anos para descobrir essas respostas e quero muito saborear cada momento dessa descoberta.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Dois finais de semana especiais

As semanas 32 e 33 chegaram com festa. Dos dois lados da Ponte Aérea, amigos se reuniram para celebrar Teresa. No Rio, a feijoada animou a galera. Em São Paulo foi a vez da carne louca.

Voltar para casa é sempre bom. Rever primos, tios e amigos é algo especial. Recontar as histórias pela milésima vez e ver as novas crias correndo e dando ainda mais vida à festa dão a sensação de tranqüilidade e de que tudo está em seu devido lugar. Confesso que me senti surpreso com a super produção paulista. No Rio, acompanhei de perto todas as etapas da festa e da sensacional produção coletiva. Em Sampa, foi uma surpresa para nós. Dona Carmem, Dona Suely e Dona Érica não deixaram pro menos e encheram o salão de corações e amor. Até bolo do papai tinha – feito pela bisa – e não sobrou nenhum.

Dos dois lados da Ponte, a chegada de Teresa vem cercada de amor. Não existe comparação, nem competição. Não existe lado melhor. As duas festas foram para nós, momentos de celebração, de ver o sorriso que essa pequena menina fez desabrochar em nós e nos amigos que nos cercam faz valer a pena cada esforço, cada momento de doação que todos tiveram nessas duas celebrações.

O que uniu essas duas festas foi amor. O amor que cada um trouxe, que cada um compartilhou, que cada um se alimentou. Amor que só gente que ama é capaz de transmitir, de repartir, de doar. Amor que veio de longe, que veio em forma física ou em mensagem virtual. Amor estampado nas paredes dos salões, no cuidado com os detalhes e nos papos das mesas.

Nas duas festas, compartilhamos amor com gente que a gente conhece há 40 anos e gente que está há bem menos tempo na nossa vida. Gente com DNA iguais ou bem diferentes. Brancos, negros, amarelos, vermelhos. Unidas não só por laços de sangue, mas por escolhas da vida. Gente com sotaques diferentes, com experiências diferentes, com histórias distintas, que durante um tempo, compartilhou seu amor com a gente, fazendo de simples salões de festas - no Rio e em São Paulo - lugares iluminados por sinceros e belos sorrisos.

Obrigado amigos por esse presente. Nossa menina, de dentro da barriga da mãe, sentiu cada pedacinho desse amor que vocês nos deram. Obrigado, do fundo do nosso coração. Vamos cada vez mais festejar. Nessas duas semanas, o motivo foi Teresa, nas próximas, o motivo será tão importante quanto: a amizade que nos uniu aqui.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Conselho de um amigo que já é pai de 3 filhos

Disse ele: “Antes de a Teresa nascer, já comprem soro fisiológico, Luftal e Tylenol. Um dia, cedo ou tarde, vocês vão precisar. E, nesse caso, não precisarão ir correndo pra farmácia." É, acho que é por aí. E viva a experiência compartilhada.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Festança

Eu iria escrever sobre o Chá de Fraldas de Teresa e sobre a deliciosa presença dos amigos e da família que alegraram nosso domingo de sol, mas a mãe resumiu muito bem o nosso sentimento no texto aí embaixo. Logo, só resta agradecer o carinho que todos compartilharam com Teresa e dizer que para nós – pai, mãe e Teresa – esse foi um dia especial.

Agora, enquanto a semana 32 passa apressada, nós procuramos tempo para ajeitar as coisas. As fraldas terão que desocupar o berço e as roupas devem rumar para a máquina. No sábado, partimos para Sampa; essa deve ser a última viagem da mãe pré-Teresa. Desta vez, o sotaque vai mudar, mas estaremos cercados pela mesma energia que nos alimentou domingo.

É bom constatar mais uma vez que essa menina vai nascer cercada desse amor. Os sorrisos de domingo eram iguais aos sorrisos do pai e da mãe, em casa, quietos, olhando para a barriga. O carinho que recebemos é o motivo para sorrir ainda mais. Bebemos, comemores, rimos, festejamos a vida. E não há nada melhor que isso. 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Chá-feijoada de fraldas

A última semana envolveu os preparativos para o chá de fraldas, que aconteceu ontem. Não foi um chá, e sim uma feijoada. Equipe de produção de primeira, sem a qual a gente não conseguiria organizar tanta coisa. Família por perto, matando a saudade sem fim que se instala diante das pessoas que moram longe. Um gostoso evento para receber os mais próximos e curtir essa onda de felicidade em torno da chegada da Teresa. E olha que ela nem está aqui ainda!

Fiquei com aquela sensação de correria desenfreada, de não conseguir dar a atenção que se pretende pra todos. A toda hora chegava e saía alguém, muitos abraços, muitas fraldas, muitas crianças lindas, boas vibrações, presentinhos fofos. E a doce constatação de que tem tanta gente legal ao nosso redor. Que boa é a vida, né? Família (que cresce se juntando a outras famílias via namoros e noivados, oba!), amigos de infância dos tempos de escola, da faculdade, do trabalho, pessoas especiais quem fazem qualquer esforço valer a pena.

Uma festa colaborativa. Todos ajudando com carinho.

No dia anterior, um mutirão doméstico para ajeitar o salão, arrumar as mesas e cadeiras, separar as toalhinhas, prender na parede um varal com as letrinhas do nome dela - orgulhosamente desenhadas e recortadas por mim, que não sou exatamente uma gênia das habilidades manuais. Na manhã do dia propriamente dito, cheirinho de feijão vindo da cozinha, um time enche as bolas, outro cola adesivos nos potinhos de brigadeiro, um vai ao mercado comprar as últimas coisas pendentes. Adorei esse clima! Nada contra as super festas, mas confesso que existe um gosto que particularmente me agrada muito em contar com a ajuda de todo mundo. Cada amiga fez uma guloseima de lembrancinha e elas mandaram muito bem, só receberam elogios! Como a gente se mudou há pouco tempo, muitos amigos ainda não tinham tido a chance de conhecer o apartamento, algo que foi acontecendo ali, durante a festa. Sobre um grupinho, desce outro. Eu gosto dessa intimidade, de saber que entre todas as muitas pessoas presentes, todo mundo é "de casa". E como é bom ter a casa cheia de amigos!

Ao final da festa, quando os mais chegados nos ajudavam na “desprodução”, subindo do salão carregando coisas e mais coisas, parei um instante e fiquei vendo minhas amigas organizando os pacotes de fralda dentro do berço, todas nós impressionadas com a quantidade e se perguntando onde será possível guardar tantas fraldas! Aquela "bolha do instante mágico" durou poucos segundos, mas o suficiente pra eu pensar em como quero que a Teresa herde esses valores e valorize a família e a amizade. Família pela importância óbvia e pelo orgulho que sentimos em fazer parte da nossa. E amigos porque, afinal, eles são a família que a gente escolhe, né?

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Um lugar para dormir

Para que lado o senhor que o gaveteiro? Foi com essa pergunta que as caixas que tomavam parte do quarto de parede começaram a se transformar em berço. Sim, Teresa já tem onde dormir, num berço de tela com posição anti-refluxo; só faltou mesmo o colchão vibratório com som de baleias para relaxamento total do bebê. 

Confesso que pensei umas 10 vezes antes de responder a pergunta do montador e mudei de ideia 3 vezes, mas acho que escolhi a posição certa. O gaveteiro vai ficar perto do armário e a janela vai ficar mais perto do berço.  Assim, Teresa vai poder se trocar sem vento na cara e terá sempre a circulação do ar vindo da janela quando ela estiver dormindo. No seu campo de visão estarão o quadro do Van Gogh que a mãe escolheu, os brinquedos do Star Wars do papai e a câmera da babá eletrônica.

As coisas vão se encaixando – Teresa encaixará daqui a pouco – e assim a mãe vai ficando mais tranquila. Parede, berço, roupas começam a ser lavadas no fim do mês, as caixas já se foram e agora é começar a desocupar o armário e dar um pouco de ordem ao organizado caos. Para ajudar, esse fim de semana teremos por perto vovós, bisa e vovô em casa. Todo mundo pronto para festejar. Mal sabem que vão sobrar coisas pra eles fazerem também. Mas, não é para isso que serve uma família?

quarta-feira, 10 de julho de 2013

31 semanas e... sentada!

40 centímetros, 1,5kg. Tudo em ordem. Teresa cresce como deveria, os exames estão perfeitos. Me sinto ótima e disposta, o peso agora está sob controle, até o momento não engordei demais nem de menos, não me sinto cansada. Como disse o médico, "uma gravidez de livro", ideal, perfeita. Ou quase.

Ela está sentada. É isso, "posição pélvica" no laudo, para minha momentânea decepção. Se não estiver de cabeça pra baixo, o bebê não nasce de parto normal - o que, como eu já disse aqui, é importante pra mim. Desde que soubemos dessa notícia, no fim da semana passada, eu me pego pensando sobre isso mil vezes ao dia. Já sonhei com o tema mais de uma vez. Num dos sonhos, eu sentia exatamente o movimento dela virando. Entre as amigas mais próximas já existe a campanha #virateresa.

De acordo com as informações que recebi (do médico da ultra, da obstetra, de pessoas com quem conversei nos últimos dias e, é claro, do Google!), o movimento de virada em geral acontece até a 33a ou 34a semana. Ou seja, temos pouco tempo! Da minha parte, sob orientação da médica, marquei consulta com uma doula professora de yoga especializada em gestante, para que ela indique exercícios específicos que podem ajudar na movimentação do bebê. Dizem que os resultados com acupuntura também são ótimos. Amanhã começo nessa função também!

Claro que é um trabalho sem garantia. Eu posso fazer isso tudo e ela continuar sentada. Ou ela pode virar e, sei lá, eu não ter dilatação na hora do parto. Ou existir algum tipo de complicação que seja, como nos dois exemplos anteriores, indicativo para uma cesariana. Mas estou disposta a colaborar no que for preciso. Mandinga, simpatia, qualquer coisa. Lanterna acesa ou caixa de som ligada na parte baixa da barriga podem pode chamar a atenção do bebê? Aceito!  E, confesso, estamos praticando! E se eu ler no meio da rua um cartaz do tipo "Pai João vira seu bebê em três dias", tô topando o desafio!

Uma mãe feliz e preocupada


Eu ando um pouco preocupada, achando que deveríamos estar mais adiantados na organização das coisas. Fico com medo de não dar tempo; me cobro muito, sempre, uma eficiência que não estou conseguindo ter. Não é a primeira vez que acontece, é uma espécie de "surto de angústia".

Me culpo por ainda não estar com o quarto da Teresa em ordem, por não escrever mais no blog, por não ter tempo de ler tudo o que eu gostaria sobre o assunto "maternidade", por ainda não ter ido visitar creches, por não ter organizado uma planilha de gastos, por não ter lavado as roupinhas de bebê. Eu nem sei direito o que ainda precisamos comprar, além do que já temos. Acho que na onda do "nasce uma criança, nasce uma mãe", nasce junto uma pessoa culpada. Mas fiquem tranquilos, não estou ficando maluca.

Penso isso tudo e logo me acalmo. O pai ajuda muito a manter a calma e a tranquilidade, que em verdade são minhas características habituais. A gente está fazendo o que é possível, como ele mesmo não se cansa de repetir, cada vez que eu entro num diálogo sobre esses assuntos. Estar do lado dele me dá a plena segurança de que a gente vai dar um jeito em tudo e que, no fim das contas, vai dar tudo certo. Como sempre deu até hoje!

E, o mais importante, é que a gente está muito feliz, curtindo bastante essa gravidez! Então não tem problema se nem tudo está tão organizadinho quanto eu gostaria. Cada centímetro que a barriga cresce é comemorado de um jeito especial. Cada movimento que ela faz aqui dentro vem junto com as melhores sensações do mundo e me enche de amor. Tem vida aqui, crescendo dia a dia!

A gente conversa e fica imaginando como será quando ela estiver do lado de fora, deitada entre nós na cama. Ou mais a frente um pouquinho, quando aprender a andar, falar e começar a ganhar o mundo.

É o seguinte, Filha: quando você nascer, a casa pode não estar arrumadinha como você merece, mas amor não vai faltar!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Cor

Uma parede quase roxa encheu de cor o quarto branco. Nela vai estar o quadro verde de Van Gogh. Logo, ele vai estar pendurado bem em cima do berço que, por enquanto, adormece em caixas. Ainda falta aparafusar o sofá-cama, dar um jeito no gaveteiro, esperar pela cadeira de balanço e torcer para que o armário agüente a movimentação de hoje, para as gavetas retornarem às suas posições e os pequenos sapatos de minha pequena centopeia voltarem ao lugar. Falta também tirar as roupas das malas, passar pela máquina e, depois de lavadas, vê-las tomar lugar. Os pequenos cabides, ainda vazios, já estão lá espera. Assim como esse pai, que aos poucos vai vendo o fim de uma viagem.

Hoje tem ultra, mais um encontro com os sons e imagens de minha pequena Teresa. Por enquanto é assim. Uma tela, sons de máquina, conversas ao pé do umbigo e o tato revelando doces movimentos da pequena bailarina, que espero que dance como a bisa e o bisô que já partiram, mas que encantavam com passos leves - o pai é um verdadeiro armário, mais desajeitado do que o que está no quarto de Teresa.

Daqui a pouco, ela vai dançar de verdade e o real vai se tornar ainda maior. Só que Teresa, desde antes de ser um girino, já era real e está presente em tudo que nos cerca. No carrinho encostado no quarto, nas roupinhas escolhidas com carinho, nos exageros de sapatos na gaveta, na pequena CDteca, nos primeiros brinquedos, no pequeno Yoda de pelúcia que o pai nerd escolheu e, principalmente, no clima de felicidade que faz de casa algo tão especial. 

terça-feira, 2 de julho de 2013

Bailar

Ontem, em casa, a brincadeira era ver o formato da barriga enquanto assistíamos ao programa "Top-Chef" na TV. Não sei se era vontade de provar aquelas comidas, ou apenas para chamar atenção, mas ela estava animada demais. Teresa fazia uma dança desengonçada – será que puxou o pai?  – que provocava risadas e surpresas. Hora na direita. Hora na esquerda. Hora espalhada. Hora concentrada. Uma brincadeira que adentrou a noite. Mexeu tanto que a mãe quase não conseguiu dormir. Ontem, Teresa queria dançar e nos divertir!