Oi Teresa, aqui é o papai. Vou te apertar um pouquinho, mas é só
para ficar mais perto de você, afinal, quem tem esse privilégio o tempo todo é
a mamãe. Deixa eu me encaixar aqui, me
virar pra você e falar que estou por aqui, do lado de fora dessa barriga,
esperando esse tempo todo para te conhecer. Enquanto a gente não se vê, não
conversa diretamente, deixa eu falar com você aí dentro. Você sente a vibração
da minha voz? Seu pai fala enrolado mesmo, se não estiver entendendo, dá um
chute. Na verdade, eu quero aproveitar essa posição para falar que eu to
muito feliz de você estar por aí e que nada poderia ser melhor. Eu sei que to
te apertando um pouco, mas é carinho (um carinho meio estranho, mas carinho).
Teresa, daqui a pouco eu vou dormir, dormir te contando uma história. Sabe que
seu avô fazia o mesmo com a gente? Ele se perdia com os livros e ficava na
mesma página horas, relembrado o que tinha que fazer no dia seguinte. A gente
ria demais. Não vejo a hora de saber como é a sua risada. Bom, filha, que
história você quer ouvir? Vou imaginar várias, é só escolher. Hoje tem a
história de um pai babão, falando com uma barriga, com o sorriso bobo e
falando, falando, falando... Meio ainda sem saber como fazer, mas eu sei que
vou ficar melhor com o tempo, tá? Beijo, beijo
filha, daqui a pouco a gente conversa mais.
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