Quero que Teresa cresça apaixonada pala participação
política. Quero que ela tenha consciência social e política. Tenho medo de
gerar uma filha alienada, uma vaquinha de presépio. Eu me lembro do tempo em que ia aos
comícios das primeiras eleições diretas para Governador, do Movimento das Diretas
Já e da minha camiseta amarela, lembro da minha tristeza com a derrota das Diretas e da minha indignação ao perceber que, na minha sala de aula, meus colegas não davam a mínima para isso. Tirei meu título para votar pela primeira vez junto
com meus pais. Estava nas primeiras reuniões que geraram a primeira passeata dos
caras pintadas. No dia do impeachment, acompanhei a votação do Vale do
Anhangabaú e subi para festejar na Paulista. Como festejei a primeira eleição do Lula em 2002!
Essa minha paixão, que aprendi com meus pais – nos debates
acalorados na mesa de jantar – e que também é da mãe, é o que eu quero para
minha filha. Meu desafio será entender as novas formas de ser fazer política.
Meu desafio será entender que o mundo pode ser transformar sem a tradicional
democracia representativa. Meu desafio é conhecer como as novas formas de
diálogo podem transformar tantas reivindicações em realidade.
Sou um cara do século passado, observando de fora do olho do
furacão, como o século XXI vai dialogar com o mundo. Ainda não sei bem como se dará. Isso, vou aprendendo
e quero compreender com Teresa, através de Teresa. Para isso, quero despertar
na minha filha o sentimento de que podemos mudar sim. O caminho é complicado e não
é único, mas a gente encontra junto, como tantas vezes encontrei ao lado dos
meus pais.
certeza pura que alienada ela não será.
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